Público última hora  - 15 Set 08

 

Comissão Independente de Juízes

Presos libertados desde Setembro de 2007 são delinquentes perigosos

 

A Comissão Independente de Juízes alertou hoje que muitos dos presos libertados desde Setembro de 2007, em resultado das alterações das leis penais, são delinquentes muito perigosos. Existem hoje nas prisões portuguesas menos 2038 presos relativamente ao ano passado.

 

Em comunicado, a Comissão alerta que os presos libertados são "delinquentes altamente perigosos, que percorrem o país fortemente armados" e salienta que tais delinquentes vêm "cometendo crimes violentos contra as pessoas e afrontando com armas na mão as próprias forças de segurança".

 

"O actual Governo, aferrado a uma irremovível teimosia, com suprema arrogância, somente admite alterar a Lei das Armas, alteração que não passa de um remendo mal feito que em nada contribuirá para combater a criminalidade violenta e organizada" diz o documento da Comissão Independente de Juízes, presidida pelo conselheiro jubilado Florindo Pires Salpico.

 

Para a Comissão Independente de Juízes, o "silêncio e a inacção do Governo só agravarão a sua responsabilidade" nesta matéria e "o próprio presidente da República não pode permanecer silencioso e imóvel sob pena de, igualmente, lhe serem assacadas responsabilidades".

 

Segundo a comissão, "o propósito subjacente a essas alterações legislativas, meramente economicistas, foi o de reduzir o número de presos, para esvaziar algumas prisões portuguesas, para depois encerrar e vender estabelecimentos prisionais, em prejuízo da segurança dos cidadãos, da sociedade e da tranquilidade pública".

 

A associação aponta que "foi restringido o número de crimes nos quais pode ser decretada a prisão preventiva, só podendo agora ser aplicada aos arguidos dos crimes dolosos, puníveis com pena de prisão superior a cinco anos".

 

A Comissão Independente de Juízes refere que em Portugal "ninguém se sente seguro, com excepção dos agentes políticos e de suas famílias, guardados por elementos das polícias, de dia e de noite".

 

Lusa