Portugal Diário  - 12 Set 08

 

Governo entregou diplomas por «amor à escola»
23 elementos do executivo espalhados pelo país, reforçando a importância da educação

 

Um dia em cheio para o Governo, que esteve em força nas escolas secundárias a entregar diplomas aos alunos e 900 cheques de 500 euros aos melhores de cada escola. José Sócrates esteve Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues em Gaia e muitos outros elementos do executivo fizeram os mesmos gestos em vários locais do território continental, num acto que marcou verdadeiramente o início do ano lectivo.

 

A explicação? «Foi por amor à escola», disse o primeiro-ministro, enquanto a ministra da educação diz ter-se inspirado no exemplo da Escola Secundária Almeida Garrett, em Gaia, onde a entrega de diplomas já era prática.

 

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«Esta cerimónia destina-se a restaurar uma tradição em Portugal de homenagear os alunos que acabam o 12º ano, premiando o seu mérito e esforço. Com este Dia do Diploma queremos dar um sinal de que a conclusão do 12º ano de escolaridade é indispensável para se entrar no mercado de trabalho. Hoje é preciso saber-se muito para se entrar no mercado de trabalho», disse, durante a cerimónia que decorreu na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica.

 

O papel dos professores não foi esquecido, mas também nunca sublinhado a tinta forte. «Este dia pretende também restaurar a confiança dos professores em si próprios. Não há nada melhor para um professor do que ver o sucesso dos seus alunos», reconheceu o primeiro-ministro.

 

O rosto das escolas

 

Se no passado existia uma classificação de escolas, agora passou a haver um ranking de alunos. No ano passado foi destacada a melhor aluna nacional, curiosamente também da mesma Escola Almeida Garrett, onde a ministra esteve hoje presente para marcar a extensão de mérito a toda a rede escolar.

 

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«Nunca antes se tinha identificado uma lista de melhores alunos, apenas se conheciam as escolas pelos rankings», vincou, considerando que esta distinção enaltece aqueles que são «os rostos das escolas».

 

«Esta escola não estava nos primeiros lugares do ranking, mas tinha a melhor aluna do secundário» a nível nacional no ano passado, recordou Maria de Lurdes Rodrigues, para quem a entrega de diplomas poderá funcionar como um incentivo para o futuro: «É muito importante reforçar estes laços, que um aluno possa ter o orgulho de ter sido o melhor aluno da sua escola e que possa motivar os outros».

 

E mais ministros...

 

Neste autêntico périplo do Governo pelo país, um exemplo de descentralização foi proporcionado por Jaime Silva. O ministro da Agricultura entregou diplomas na Escola Profissional do Rodo, na Régua.

 

Em destaque estiveram as melhores alunas do ensino regular e ensino profissional deste estabelecimento: Georgina Quintela, com 18 valores no curso de «Viticultura e Enologia», e Eva Zério, com 16 em «Ciências e Tecnologia», segundo refere a agência Lusa.

 

Nas Caldas da Rainha esteve o ministro da Justiça, Alberto Costa, que avisou para a necessidade de combater as «tendências massificadoras que não estimulam o esforço» e criar uma cultura de premiar o mérito nas escolas, tendo em vista o futuro do país.

 

Na cerimónia na Escola Rafael Bordalo Pinheiro, o governante entregou um prémio ao pai do aluno António Coutinho, uma vez que o filho está na academia da Força Aérea, depois de ter concluído o ensino secundário com uma média de 17 valores no curso de Ciências e Tecnologias. Vítor Marques, também com 18 anos, teve média de 16 valores e foi o melhor do curso Tecnológico de Administração.