Governo entregou diplomas por «amor à escola» 23 elementos do executivo espalhados pelo país,
reforçando a importância da educação
Um dia em cheio para o Governo, que esteve em força
nas escolas secundárias a entregar diplomas aos
alunos e 900 cheques de 500 euros aos melhores de
cada escola. José Sócrates esteve Lisboa, Maria de
Lurdes Rodrigues em Gaia e muitos outros elementos
do executivo fizeram os mesmos gestos em vários
locais do território continental, num acto que
marcou verdadeiramente o início do ano lectivo.
A explicação? «Foi por amor à escola», disse o
primeiro-ministro, enquanto a ministra da educação
diz ter-se inspirado no exemplo da Escola Secundária
Almeida Garrett, em Gaia, onde a entrega de diplomas
já era prática.
Meta do 12º ano obrigatório pode já nem ser
necessária «Dia do Diploma é propaganda», acusa a Fenprof
«Esta cerimónia destina-se a restaurar uma tradição
em Portugal de homenagear os alunos que acabam o 12º
ano, premiando o seu mérito e esforço. Com este Dia
do Diploma queremos dar um sinal de que a conclusão
do 12º ano de escolaridade é indispensável para se
entrar no mercado de trabalho. Hoje é preciso
saber-se muito para se entrar no mercado de
trabalho», disse, durante a cerimónia que decorreu
na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica.
O papel dos professores não foi esquecido, mas
também nunca sublinhado a tinta forte. «Este dia
pretende também restaurar a confiança dos
professores em si próprios. Não há nada melhor para
um professor do que ver o sucesso dos seus alunos»,
reconheceu o primeiro-ministro.
O rosto das escolas
Se no passado existia uma classificação de escolas,
agora passou a haver um ranking de alunos. No ano
passado foi destacada a melhor aluna nacional,
curiosamente também da mesma Escola Almeida Garrett,
onde a ministra esteve hoje presente para marcar a
extensão de mérito a toda a rede escolar.
Conheça o segredo para ser um aluno de 20 valores
«Nunca antes se tinha identificado uma lista de
melhores alunos, apenas se conheciam as escolas
pelos rankings», vincou, considerando que esta
distinção enaltece aqueles que são «os rostos das
escolas».
«Esta escola não estava nos primeiros lugares do
ranking, mas tinha a melhor aluna do secundário» a
nível nacional no ano passado, recordou Maria de
Lurdes Rodrigues, para quem a entrega de diplomas
poderá funcionar como um incentivo para o futuro: «É
muito importante reforçar estes laços, que um aluno
possa ter o orgulho de ter sido o melhor aluno da
sua escola e que possa motivar os outros».
E mais ministros...
Neste autêntico périplo do Governo pelo país, um
exemplo de descentralização foi proporcionado por
Jaime Silva. O ministro da Agricultura entregou
diplomas na Escola Profissional do Rodo, na Régua.
Em destaque estiveram as melhores alunas do ensino
regular e ensino profissional deste estabelecimento:
Georgina Quintela, com 18 valores no curso de
«Viticultura e Enologia», e Eva Zério, com 16 em
«Ciências e Tecnologia», segundo refere a agência
Lusa.
Nas Caldas da Rainha esteve o ministro da Justiça,
Alberto Costa, que avisou para a necessidade de
combater as «tendências massificadoras que não
estimulam o esforço» e criar uma cultura de premiar
o mérito nas escolas, tendo em vista o futuro do
país.
Na cerimónia na Escola Rafael Bordalo Pinheiro, o
governante entregou um prémio ao pai do aluno
António Coutinho, uma vez que o filho está na
academia da Força Aérea, depois de ter concluído o
ensino secundário com uma média de 17 valores no
curso de Ciências e Tecnologias. Vítor Marques,
também com 18 anos, teve média de 16 valores e foi o
melhor do curso Tecnológico de Administração.