Famílias: mais um ano a apertar o cinto Taxas de juro vão manter-se altas
Nem na crise de 2003 os portugueses estiveram tão
pessimistas quanto à evolução do rendimento das suas
famílias nos próximos 12 meses, como nos últimos
meses deste ano, diz o «Jornal de Negócios». Na
verdade, nunca desde que o Instituto Nacional de
Estatística (INE) iniciou este indicador, em 1997,
ele esteve tão baixo.
Não é de estranhar: os bancos estão a cortar no
crédito e pedem mais juros pelo dinheiro que
emprestam; as contas de supermercado e da casa
aumentam a um ritmo mais forte; e a economia está em
desaceleração, o que quer dizer que encontrar
emprego será mais difícil. A desafogar os apertados
orçamentos familiares, sobra apenas a subida dos
juros pagos nas poupanças em depósitos a prazo, os
mais altos da década.
Este é o retrato de uma economia que, há pouco mais
de um ano, se esperava que estivesse em recuperação
e que agora luta por não cair em recessão. Uma
batalha que promete durar, antecipam os
consumidores, pelo menos a julgar pela forte
degradação dos indicadores de confiança e consumo
privado divulgados nos últimos meses.