Público - 26 Set 06

Apoio excepcional para 32 escolas problemáticas de Lisboa e Porto

Isabel Leiria

ME compromete-se a financiar mais meios pedagógicos e humanos através de contratos-programa

Contratar mais meios humanos, como psicólogos, mediadores culturais, assistente sociais ou professores de apoio ao ensino do Português para alunos que não têm esta língua materna. Reforçar os efectivos do programa Escola Segura. Beneficiar de "condições especiais" para a gestão dos recursos humanos. Estas são algumas das medidas excepcionais a que 32 escolas das áreas metropolitanas de Lisboa (18) e Porto (14), inseridas em meios sociais problemáticos e que têm um "elevado número de alunos em risco de exclusão social e escolar", vão poder candidatar-se.
O programa de apoio a estabelecimentos de ensino em meios sociais problemáticos é apresentado hoje pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, na Escola Básica 2/3 do Monte da Caparica, uma das 32 que poderão candidatar-se a este projecto. A lista de estabelecimentos de ensino foi indentificada na sequência de um levantamento feito pelo Observatório para a Segurança Escolar, mas outras escolas particularmente afectadas por problemas de violência, indisciplina, insucesso e abandono poderão também solicitar o apoio do Ministério da Educação (ME).
De acordo com o previsto no despacho, as escolas envolvidas terão de apresentar um projecto educativo para vários anos, prevendo diversos tipos de intervenção na escola e na comunidade envolvente, designadamente com a ajuda dos serviços locais de saúde, acção social, integração de minorias étnicas, centros de emprego, etc. Objectivo prioritário: garantir a "reinserção escolar" dos alunos. É nesse trabalho que devem ser envolvidas todas as entidades que possam prevenir o absentismo e abandono escolar e garantir o sucesso educativo dos estudantes.
Da parte do ME fica o compromisso de "enquadrar a concessão dos apoios nas vertentes pedagógica e financeira para a execução do projecto educativo". As condições ficam definidas em contrato-programa a assinar entre a escola e a tutela, devendo ficar estabelecidos os objectivos e metas a atingir, os recursos envolvidos e o calendário das actividades previstas.
Em cada escola terá ainda de ser criada uma equipa multidisciplinar que assegure o acompanhamento do projecto.
O despacho, que entra em vigor este ano lectivo, recupera os objectivos de um outro programa, iniciado pelo ex-ministro da Educação Marçal Grilo e que se traduziu na definição de Territórios Educativos Prioritários (TEIP). Largas dezenas de escolas chegaram a estar abrangidas pelo programa, que previa, entre outras medidas excepcionais, a redução de alunos por turma, a colocação de mais professores para actividades de complemento curricular e redução dos horários lectivos dos docentes envolvidos.