Portugal Diário - 19 Set 06

«Doentes devem escolher onde querem ser tratados»

Ranking só faz sentido se utentes puderem optar, diz Associação dos Administradores Hospitalares

O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Manuel Delgado, considera que a criação de um ranking dos hospitais traz vantagens para os utentes, mas só faz sentido se estes tiverem liberdade de escolha nas especialidades «mais vulgares».

O ministro da Saúde, António Correia de Campos, anunciou esta terça-feira, em entrevista à Lusa, que quer criar, já no próximo ano, uma lista hierárquica dos hospitais públicos, que avaliará o seu funcionamento global, com base em critérios como a eficiência, equidade no tratamento, taxas de re-hospitalização, conforto e satisfação dos pacientes.

«Não faz sentido ter um ranking se não houver liberdade de escolha. Se o cidadão fica amarrado ao seu hospital de residência então o ranking não tem utilidade», disse Manuel Delgado, acreditando que actualmente essa obrigação «já não se coloca com tanta rigidez».

O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares (AAH) defende que a possibilidade de optar deve ser apenas «para as especialidades mais vulgares», estando contra a «total liberdade», porque tal poderia entupir alguns hospitais.

Desta forma, o responsável considera que o ranking «vai trazer vantagens para os cidadãos, que ficam a conhecer melhor os hospitais e a ter um acesso mais diversificado».

Além disso, o presidente da AAH entende que a criação deste tipo de listagem tem também a vantagem de «premiar os melhores em termos de imagem» e «tornar os hospitais mais competitivos, puxando para cima os que estão piores».