Ranking só faz sentido se utentes puderem optar,
diz Associação dos Administradores Hospitalares
O presidente da Associação dos
Administradores Hospitalares, Manuel Delgado,
considera que a criação de um ranking dos hospitais
traz vantagens para os utentes, mas só faz sentido
se estes tiverem liberdade de escolha nas
especialidades «mais vulgares».
O ministro da Saúde, António
Correia de Campos, anunciou esta terça-feira, em
entrevista à Lusa, que quer criar, já no próximo
ano, uma lista hierárquica dos hospitais públicos,
que avaliará o seu funcionamento global, com base em
critérios como a eficiência, equidade no tratamento,
taxas de re-hospitalização, conforto e satisfação
dos pacientes.
«Não faz sentido ter um ranking
se não houver liberdade de escolha. Se o cidadão
fica amarrado ao seu hospital de residência então o
ranking não tem utilidade», disse Manuel Delgado,
acreditando que actualmente essa obrigação «já não
se coloca com tanta rigidez».
O presidente da Associação dos
Administradores Hospitalares (AAH) defende que a
possibilidade de optar deve ser apenas «para as
especialidades mais vulgares», estando contra a
«total liberdade», porque tal poderia entupir alguns
hospitais.
Desta forma, o responsável
considera que o ranking «vai trazer vantagens para
os cidadãos, que ficam a conhecer melhor os
hospitais e a ter um acesso mais diversificado».
Além disso, o presidente da AAH
entende que a criação deste tipo de listagem tem
também a vantagem de «premiar os melhores em termos
de imagem» e «tornar os hospitais mais competitivos,
puxando para cima os que estão piores».