Inscrição de novos desempregados no IEFP regista
aumento recorde em Setembro
Perto de 66 mil desempregados inscreveram-se em
Setembro nos centros de emprego, atingindo um dos
valores mais elevados desde que o Governo tomou
posse (o pior verificou-se em Setembro de 2005) e
dando sinais de que os efeitos da crise começam
também a manifestar-se no mercado de trabalho.
De acordo com os dados do Instituto de Emprego e
Formação Profissional (IEFP) divulgados esta
sexta-feira, os novos desempregados registados nos
ficheiros durante o mês de Setembro aumentaram 53,2%
em comparação com Agosto e 18% em relação ao mesmo
período do ano passado, abrangendo 65.895 pessoas.
Os dados agora conhecidos são o culminar de uma
tendência que começou a evidenciar-se no final do
primeiro trimestre de 2008, quando o número de novos
desempregados começou a aumentar. “É um facto que há
uma alteração de tendência, embora as variações
estejam longe das registadas em 2003 e 2004”, frisou
ao Negócios o presidente do IEFP.
Francisco Madelino reconhece ainda que o mercado de
trabalho começa a “acusar a redução da actividade
económica” e realça que “a estabilização da redução
dos desempregados não se deverá alterar até ao final
do ano”.
É preciso recuar até Setembro de 2005 para encontrar
um número semelhante ao registado este ano. Nessa
altura, 68.770 novos desempregados inscreveram-se
nos centros do IEFP à procura de uma nova ou
primeira oportunidade no mercado de trabalho.
Apesar do aumento significativo de novos
desempregados, o número total de pessoas que não têm
emprego apenas cresceu 1,4% em relação a Agosto e
0,7% face ao ano passado. Ao todo o IEFP tinha
registados no final de Setembro 395 mil
desempregados.
As ofertas de emprego centralizadas nos centros do
IEFP continuam a aumentar. Em Setembro havia 13 mil
postos de trabalho disponíveis e foram colocados
6.785 desempregados, um aumento homólogo de 16% e de
24% respectivamente.