Resultados escolares do Ensino Secundário 2006/2007 Insucesso escolar em Portugal baixa sete pontos
percentuais mas ainda é de 25 por cento
A taxa de insucesso escolar caiu de 32 por cento
para 25 por cento, em dois anos, segundo a Ministra
da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que
apresentou hoje os resultados escolares do Ensino
Secundário 2006/1007, no Centro Cultural de Belém,
em Lisboa.
Os números divulgados pela ministra indicam uma
quebra de sete pontos percentuais no insucesso
escolar ao longo do último ano lectivo, o que
corresponde a uma melhoria de 22 por cento, como
escreveu o Diário de Notícias na sua edição de hoje.
Este indicador é obtido através da média do 10.º,
11.º e 12.º anos, e só tem em consideração a taxa de
chumbos, deixando de fora as saídas precoces da
escola, conhecidas como abandono escolar. Além
disso, a percentagem obtida não se refere a nenhum
ano escolar em particular, já que o número de
chumbos apresenta diferenças significativas em cada
um dos três anos referidos, e consoante seja curso
geral ou tecnológico.
De acordo com dados do Gabinete de Informação e
Avaliação do Sistema Educativo, no ano lectivo de
2004/2005, por exemplo, a taxa média de retenção e
desistência era de 33,2% no ensino público. Enquanto
no 10.º ano as reprovações equivaliam a 30%, no 11.º
ano baixavam para 16%, sendo que no 12.º ano, as
reprovações subiam substancialmente para os 50,8%.
Numa entrevista ao DN, Maria de Lurdes Rodrigues
considerou os resultados "uma redução histórica,
porque pela primeira vez estão abaixo dos 30 por
cento, o que era uma espécie de fatalidade". A
ministra defendeu que os cursos profissionalizantes
aumentaram a probabilidade de sucesso. "Estamos a
falar de mais de 23 mil alunos que entraram nos
cursos profissionais, em relação ao passado, e
estamos a falar de mais uns milhares de alunos que
entraram também nas vias científico-humanísticas",
sublinhou a ministra, em entrevista à Rádio
Renascença.
Em declarações à TSF, a ministra da educação
afirmou, ainda, que a escola é "o espaço mais seguro
para as crianças", uma crítica indirecta ao
procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que
quer tornar prioritária a investigação da violência
no meio escolar. Maria de Lurdes Rodrigues, a este
respeito, disse que "a violência e a indisciplina
são factos marginais e de incidência muito
reduzida". No entanto, acredita que "a sensibilidade
(do procurador-geral) ajudá-lo-á a decidir".