Fernanda Maria da Costa
Mesquita Guimarães Neves Mendes
CARTA
ABERTA
ao SR. PRESIDENTE
DA REPÚBLICA,
ao SR. PRIMEIRO- MINISTRO
e à SRA. MINISTRA
DA EDUCAÇÃO
Ex.mos
Senhores,
Há
algunsdiasatrás ouviu-se na
comunicaçãosocial as
propostas de uma equipa de
trabalhosobre o
modelo de educaçãosexual a introduzir nas
escolas. Nada foi
novidade, uma vezque o modelo proposto é
sobejamenteconhecidonosmeandros das
associações de planeamento
familiarinternacionais. Nada
de novidade...
mas ao
mesmotempo,
nadaque possa
seraceitável!
Esqueceu-se
porventura, estegrupo de trabalho,
que vivemos ainda
(assim pensamos, e
elesmesmos
regozijam-se disso!) num paísdemocráticoonde a
liberdadeindividual
tem de ser respeitada, excepto no
casoemque comprometa a
liberdade dos outros.
Porventura ter-se-ão
também esquecido de
que os primeiros e
principaiseducadoressão os pais, e
que a escola serve
para ajudá-los, masnuncapara substituí-los, nessa
função.
Que a
educaçãosexual nas
escolas poderá talvezser uma disciplina autónoma e
facultativa, masnunca uma disciplinaobrigatóriaou uma
matéria inserida em
outras disciplinas
obrigatórias.
Que a escolanão tem o direitonem o poderparaenviar os nossosfilhos a qualquertipo de consulta ou de
aconselhamento médico,
de
qualquerespecialidadeque seja, sem o
conhecimento e o
consentimentoexpresso
dos pais (seja
porproblemas cardiológicos,
psicológicos, visuais,
ouqualqueroutro) e, desse modo,
tambémnão pode
providenciar
nenhumtipo de
consulta ou de
aconselhamento a
nível da saúdesexualsemessemesmoconhecimento e
consentimentoexpresso
dos pais.
Essessenhores ter-se-ão
porventuratambém
esquecido que
cadapessoa nasce sexuada e de
que a educaçãopara a sexualidadehumana é algoque os pais fazem
continuamente e logodesde a nascença dos
seusfilhos. É esta,
aliás, uma das maisaltas e específicas
responsabilidades da
paternidade. Poderá haverpaisque se queiram
demitir desta função,
como poderiam deixar de
daralimento aos
seusfilhos,
masissonunca poderá servircomoregraque levasse à criação
de uma matéria
escolarobrigatória. Aliás,
que seria sempreincompleta,
insuficiente e redutora.
Poristomesmo vimos
expressar os nossosvotos de que Vossas
Excelências, a quemnos dirigimos, possam contribuir,
através de Vossas
altasfunções,
paraquedecisões próprias, democráticas e adequadas possam
sertomadas. Paraque no futuro a
nossasociedadenão sofra com as
consequências de propostas
limitativas, erradas e
pouco democráticas.
Aliás, quecomopaisnósnão aceitaremos
nuncapara os
nossosfilhos,
quenão terão
permissãoparaparticiparemprogramas,
disciplinas, matériasou projectos que
consideramos inadequados e deficientes,
aindaque a
escola os apresente
comoobrigatórios. É
istoapenas: Uma
exigência da liberdadedemocrática!