Jornal de Negócios online - 16 Out 06

Portugueses gerem mal as suas dívidas

A consultora de crédito More Solutions considera que os portugueses gerem mal as suas dívidas e acompanham mal a evolução dos produtos financeiros que subscrevem. A empresa, criada este ano, já negociou créditos de empresas e particulares no valor de 27 milhões de euros.

"O crédito concedido pela banca em Portugal é cada vez mais suportado pelo crescimento do crédito à habitação, mas com base nos dados do Banco de Portugal, para uma análise aos últimos 10 anos, conclui-se que o crédito a particulares cresceu seis vezes, enquanto que o crédito a empresas subiu duas vezes e meia", afirma Helder Costa, administrador da More Solutions em comunicado.

A consultora refere que o seu objectivo é procurar identificar as soluções mais vantajosas entre o leque de produtos oferecidos pela banca.

Na opinião do responsável da More Solutions, "Os portugueses gerem mal os seus créditos e acompanham mal a evolução dos produtos financeiros e pretendemos suprir a necessidade de empresas e particulares na sua negociação e na gestão de condições contratuais associadas ao crédito".

A More Solutions (MS), consultora de crédito de âmbito estritamente financeiro e com sede no Porto, quer reforçar o volume de gestão de créditos para 100 milhões de euros até 2008 junto de 2000 clientes, entre empresas e particulares.

Para isso, a consultora fez acordos com os principais bancos presentes em Portugal e que representam 90% do mercado, onde acaba por propor novas condições para novos créditos ou para renegociação de créditos em condições mais vantajosas.

"O nosso papel não é vender crédito, mas gerir o crédito que as pessoas têm capacidade de pagar, dado que cada vez mais as condições contratuais são complexas e o crédito tem um impacto muito importante na vida e dia-a-dia das pessoas", explica o mesmo responsável.

Para a consultora, os portugueses não têm capacidade negocial e relembra o facto de, neste momento, se encontrarem na DECO cerca de 10.000 pessoas a solicitar apoio no gabinete de acompanhamento de sobreendividados, onde a grande parte apresenta rendimentos superiores a 5.000 euros por mês.