Expresso online - 11 Out 06
Linha SOS Professor
200 chamadas em apenas um mês
Paula Cosme Pinto
As aulas mal começaram mas os docentes já se vêem a
braços com situações complicadas: indisciplina grave
e ameaças de alunos e pais.
Apenas um mês depois da
inauguração da Linha SOS Professor já foram
recebidas cerca de 200 chamadas. Situações de
indisciplina grave na sala de aula, ameaças de
alunos e pais e a indiferença dos órgãos de
gestão das escolas foram as principais situações
que levaram docentes de todo o país a pedirem
aconselhamento.
“É um facto evidente
que a linha SOS Professor começa a afirmar-se
como um instrumento credível de apoio aos
docentes”, constata João Grancho,
presidente da Associação Nacional de Professores
(ANP). O balanço do primeiro mês “é
muito positivo” e os professores já
começam a sentir-se “mais protegidos,
mas acima de tudo muito mais informados e
acompanhados.”
Embora a linha “não
pretenda ser o 112 das escolas”, a
afluência de telefonemas não pára de crescer.
Com uma média de nove chamadas diárias, as
mulheres são as que mais recorrem ao serviço de
apoio. No entanto, também já houve chamadas de
alunos vítimas de violência psicológica por
parte de colegas, o que a ANP salienta ser mais
um sinal “da deterioração da convivência
nas escolas.”
“Os casos que nos são
relatados diferem muito uns dos outros. Uns
estão resolvidos, outros estão a ser
acompanhados, particularmente os do foro
psicológico e jurídico”, explica João
Grancho. O atendimento prestado até agora é
“muito personalizado” e com
“acompanhamento a médio prazo”.
Na grande maioria dos casos, os docentes voltam
a contactar a equipa do SOS Professor para dar
conta do desenrolar das situações.
“Mesmo quando ligam só para pedir
esclarecimentos, o técnico que os atendeu
procura mais tarde saber se a situação foi
resolvida”, conta o responsável pelo
serviço.
“Rápida, eficaz e
esclarecedora”, a confiança na linha
“é já uma evidência”, garante o
presidente da ANP. No entanto, “o seu
sucesso definitivo acontecerá apenas no dia em
que as chamadas terminem, em razão da existência
de planos de actuação articulados, consistentes
e credíveis ao nível das escolas.”