O Ministério da Educação
(ME) vai obrigar as
escolas a elaborarem
planos de recuperação
para alunos com taxa de
insucesso significativa
ou para os que reprovem,
medida que deverá
vigorar já a partir do
segundo período deste
ano lectivo. Em
declarações à TSF,
o presidente da
Condeferação das
Associações de Pais (Confap)
aplaude a iniciativa,
mas lembra que os planos
de recuperação dos
alunos devem merecer o
devido acompanhamento
por parte do ME.
O secretário de Estado
da Educação, Valter
Lemos, disse à Agência
Lusa que esta é uma das
medidas que o Governo
quer introduzir no
ensino básico (até ao 9º
ano) para «colmatar o
problema do insucesso
escolar».
A partir do segundo
período deste ano
lectivo, os Conselhos de
Turma das escolas terão
de criar um plano de
recuperação, a aplicar
nos segundo e terceiro
períodos, para os alunos
que tenham um número de
negativas que não os
permitiria passar de
ano.
Nesse plano de
recuperação deverão
constar períodos
lectivos suplementares
de disciplinas em que os
resultados sejam
negativos ou aulas de
organização do estudo e
de métodos de trabalho.
Para os alunos que
reprovarem, no final de
cada ano lectivo as
escolas terão também de
fazer um plano de
trabalho que passará
pelo mesmo tipo de
actividades.
«Em algumas escolas isto
já é prática corrente. O
objectivo é que o
processo se institua em
todas as escolas do
ensino básico», afirmou
Valter Lemos,
acrescentando que haverá
um «leque alargado de
actividades que as
escolas podem escolher».
O despacho do secretário
de Estado da Educação
que estabelece a
obrigatoriedade destas
medidas já está em
elaboração e deve ficar
concluído até ao final
deste mês.
Com estas medidas, o
Ministério da Educação
quer combater as taxas
de insucesso escolar no
ensino básico, dado que
em média entre 15 mil a
17 mil alunos abandonam
a escola todos os anos
sem terem o 9º ano
concluído.
O Ministério está ainda
a fazer algum «trabalho
preparatório» para
«continuar» a alargar o
número de cursos de
educação e formação
alternativos ao ensino
básico regular e que
dêem equivalência ao 9º
ano.
«São cursos destinados a
alunos com taxas de
reprovação elevadas no
ensino básico e que
podem ser deslocados
para cursos alternativos
que dão equivalência
escolar», precisou o
secretário de Estado.
Informática,
electrotecnia ou
trabalho administrativo
são alguns exemplos de
cursos alternativos que
podem ser escolhidos
pelos alunos.
O secretário de Estado e
a ministra da Educação,
Maria de Lurdes
Rodrigues, têm visitado
algumas escolas que
leccionam este tipo de
cursos para «saber se
funcionam bem, se
conseguem melhores
resultados e que tipos
de dificuldades
existem».
«A ideia é alargar muito
a rede e pôr muitos mais
cursos a funcionar»,
disse à Lusa o
secretário de Estado,
que adiantou ainda que
este ano essa rede foi
alargada «cinco ou seis
vezes». «Mas ainda é
insuficiente»,
considerou Valter Lemos.
O Ministério da Educação
encara estes cursos como
«o último nível de
trabalho de recuperação»
do insucesso e abandono
escolar no ensino
básico.