Público - 2 Out 03

Qualidade e Desperdício de Água Preocupam Governo
Por LUSA

É necessário investir oito mil milhões de euros para que exista um sistema de abastecimento e saneamento eficientes, revelou ontem em Lisboa o ministro do Ambiente, Amílcar Theias, na sessão comemorativa do Dia Nacional da Água. O titular da pasta reconheceu, em declarações à Lusa, que "têm de ser feitos ainda grandes investimentos" no sector para reduzir as enormes quantidades de água desperdiçadas anualmente em Portugal - estima-se que se perdem 3.100 milhões de metros cúbicos de água, o que corresponde a mais de 32 vezes o consumo anual da cidade de Lisboa.

A qualidade da água é outra das preocupações do Governo. Por isso, o Instituto da Água (INAG) está a identificar as áreas em risco de cheias e de degradação da qualidade da água devido aos incêndios florestais do Verão passado. O INAG reconhece que o material dos solos nas áreas ardidas pode afectar os recursos hídricos. Por isso, apresentou ontem um programa de emergência para avaliar essas consequências. O objectivo é "detectar a tempo a presença de eventuais substâncias nocivas com origem na matéria ardida nocivas para a saúde pública".

Após a identificação das áreas mais críticas, o INAG tem de criar boas condições de escoamento nos cursos de água e garantir a estabilidade das margens das linhas de água. A preocupação estende-se também aos riscos de cheias, que têm probabilidades de aumentar devido à erosão do solo provocada pelos incêndios.

Em colaboração com a Protecção Civil e a Direcção-Geral das Florestas, o INAG está a estudar soluções que permitam reter os sedimentos ou os troncos nos solos como forma de minimizar a erosão e evitar a contaminação dos cursos de água. Aquele instituto já dispõe, aliás, de um Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos, desenvolvido para zonas particularmente vulneráveis à ocorrência de cheias, e que será a "ferramenta de controlo e gestão deste programa de emergência".

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