Público - 2 Out 03
Uma Escola Diferente Contra o Abandono Escolar
Por ISABEL GERALDES FREIRE
Um novo curso para jovens que abandonaram a escola no primeiro ciclo foi
ontem apresentado em Vieira do Minho e vai ser ministrado na EB 2, 3 da
sede do concelho. A formação será um pouco diferente da habitual, já que,
para além do programa curricular teórico habitual, irá incluir uma série
de actividades mais práticas e lúdicas, de modo a manter vivo o interesse
dos alunos. "Verificamos no concelho alguns casos de abandono escolar e
resolvemos dar aos jovens uma oportunidade diferente do circuito normal da
escola", explica o vice-presidente da câmara de Vieira do Minho com o
pelouro da Acção Social, Jorge Dantas, que foi um dos coordenadores deste
projecto de inserção social.
O curso, apresentado ontem aos 15 alunos e respectivos encarregados de
educação terá a duração de um ano, durante o qual os estudantes ficarão
com a equivalência ao sexto e sétimo anos escolares. Esta formação terá
continuidade para o ano com um segundo curso, através do qual os formandos
ficarão com o ensino escolar obrigatório. "A partir daí, os jovens podem
continuar até ao ensino superior ou ingressar no mundo do trabalho, já com
outras condições", sublinha Jorge Dantas.
Jardinagem e apoio a idosos e crianças, em lares, são as actividades
profissionais que farão parte do currículo escolar, bem como alternativas
mais lúdicas, nomeadamente teatro ou caminhada. "Um sistema especial para
jovens provenientes de agregados desfavorecidos, alguns mesmo abandonados
pelas famílias", refere Dantas.
A turma conta com o apoio psicológico e pedagógico de um monitor e através
do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF), no qual se integra
este curso, disponibiliza um subsídio monetário às famílias de 75 euros
por mês, além de pagar o passe de transportes aos jovens, que têm entre 14
e 15 anos.
"Com este curso deixa de haver, no concelho, jovens desta idade que tenham
abandonado o primeiro ciclo preparatório, que não fiquem pelo menos com a
escolaridade obrigatória. Isto ficou comprovado num levantamento efectuado
anteriormente, junto às escolas", assegura o vereador de Vieira do Minho. |