O movimento "Juntos pela Vida" vai entregar aos
deputados da Assembleia da República, hoje, um
comunicado em que critica a Direcção-Geral de Saúde
(DGS) por não informar devidamente as mulheres que
abortam sobre as consequências do aborto induzido.
António Pinheiro Torres, secretário-geral daquele
movimento, disse ao JN que é "verdadeiramente
preocupante e escandaloso que a DGS não informe
devidamente a mulher que faz um aborto induzido
sobre as consequências do acto para a sua saúde".
Segundo referiu, as circulares normativas da DGS
sobre as interrupções cirúrgica e medicamentosa da
gravidez contêm referências bibliográficas com mais
de 20 anos de existência.
"Há estudos muito mais recentes e muito mais
actualizados que a DGS não apresenta nas referências
bibliográficas", salientou António Torres.
O secretário-geral do movimento "Juntos pela Vida"
referiu que, após o ano 2000, foram publicados 543
estudos sobre a matéria em revistas científicas, os
quais dão a conhecer, em pormenor, as consequências
para a mulher do aborto induzido.
Por outro lado, aquele responsável lamenta que a
maioria dos estudos citados pela DGS "sejam de uma
revista sem credibilidade, propriedade do maior
operador privado da indústria do aborto. Qualquer
artigo publicado por um português nesta revista não
seria considerado nas avaliações plurianuais do
Ministério da Ciência".
Pinheiro Torres questiona se será intenção da DGS
"garantir que o elevado número de abortos,lançado
pelos defensores do aborto antes do referendo, venha
a ser atingido ainda que seja necessário ocultar
informações cruciais às mulheres".
"Cabe à Assembleia da República fiscalizar os actos
do Governo. Por isso, vamos alertar os deputados
para esta situação", sustentou.