Público - 11 Nov 05
Vieira da Silva rejeita taxar lucros das
empresas
A proposta do Bloco de Esquerda de que as empresas que têm poucos trabalhadores,
mas muitos lucros, tenham contribuições para a Segurança Social em função dos
lucros e não do número de trabalhadores foi ontem rejeitada terminantemente pelo
ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva. "Quando precisamos
de empresas que invistam em tecnologia [que são, geralmente, as que estão na
situação colocada pelo BE] vamos penalizá-las?", disse o ministro.
Vieira da Silva, que falava na parte da tarde do debate orçamental de ontem,
acrescentou que o Governo já está a diversificar as fontes de financiamento da
Segurança Social, como está a fazer com a consignação de uma parte do aumento do
IVA. Isso, no entanto, reconheceu, "não chega".
No seu discurso, o ministro teceu fortes criticas aos governos anteriores por
"ausência de medidas para reforçar a sustentabilidade" da Segurança Social.
O ministro classificou de "passo de alcance histórico" a convergência entre os
regimes da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações e disse que 2006
"será também o ano de uma reforma da maior importância na protecção no
desemprego".
Gago anuncia combate ao insucesso escolar
O último ministro a intervir ontem, Mariano Gago (Ciência e Tecnologia),
anunciou para o próximo ano um programa de combate ao abandono e insucesso
escolar no ensino superior e mais vagas nos cursos de Medicina. A maior parte da
suas intervenções gastou-se, contudo, numa polémica com a comunista Luísa
Mesquita sobre o aumento de seis por cento das verbas destinadas à ciência e
tecnologia. "No total, as verbas para ciência e tecnologia passarão de 335
milhões em 2005 para 392 milhões de euros em 2006", sustentou o ministro.
Mariano Gago definiu ainda como prioridades, ao nível do ensino superior, o
regime de "regulação para empréstimos a estudantes" e o lançamento de "um
programa de análise sistemática às causas do abandono e insucesso nos primeiros
anos do ensino superior".
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