Público - 6 Nov 05

O endividamento em Portugal

 

Ao longo dos anos 90, sobretudo na segunda metade da década, o endividamento das famílias portuguesas cresceu a um ritmo muito acelerado. Segundo o Banco de Portugal, o endividamento passou de 20 por cento do rendimento disponível, em 1990, para 118 por cento, em 2004.
Segundo dados do Eurostat, Portugal era no ano passado o segundo país da Zona Euro em que este valor era mais elevado, a seguir à Holanda (endividamento das famílias de 225 por cento).
O endividamento em percentagem dos activos financeiros - isto é, do dinheiro que as famílias têm disponível nos bancos, em forma de moeda, depósitos, reservas ou outros activos - tem vindo igualmente a aumentar, desde 1990.
Segundo o Banco de Portugal, desde 2004 que ultrapassa a fasquia dos 40 por cento, o que significa que quase metade das posses das famílias mais facilmente disponíveis para efectuar um pagamento (activos com maior liquidez) estão hipotecadas.
A maior fatia do endividamento destina-se à habitação: dados disponibilizados pelo BPI mostram que, em 2004, 79,4 das dívidas contraídas eram para a habitação. De acordo com o Banco de Portugal em Agosto de 2005 apenas 9,3 por cento do valor em dívida se destinou ao consumo e 11,1 por cento a outros fins.
Porém, a habitação é a finalidade em que existe menor valor de empréstimos de cobrança duvidosa, com 1,5 por cento do valor dos empréstimos - enquanto que para o consumo se regista mais do dobro, 3,3 por cento. M.P.

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