Público - 23 Mar 06
Pais não sabem proteger filhos contra perigos da
interNet
A média dos
pais portugueses que admitem precisar de informações
sobre como proteger os filhos contra os perigos da
Internet é muito superior à da União Europeia (UE),
disse ontem à Lusa o fundador do projecto
MiudosSegurosNa.net.
Tito Morais falava à margem de um seminário sobre
Riscos on-line para crianças e jovens, em
Matosinhos, recordando que, apesar de não haver
estudos aprofundados em Portugal sobre o assunto, um
relatório europeu de 2004 apontava que 66 por cento
dos pais portugueses diziam necessitar de mais
informações sobre como lidar com a situação. A média
da UE era de 48 por cento.
O mesmo estudo dá conta que 55 por cento dos pais
portugueses não sabiam como reagiriam os filhos face
a conteúdos on-line que os deixassem
desconfortáveis, quando a média da Europa, então
apenas com 15 países, era de 38 por cento. O
relatório refere ainda que 67 por cento dos
encarregados de educação nacionais não sabiam onde
nem como denunciar casos danosos ocorridos via
Internet; no resto da Europa esse valor era de
apenas 38 por cento.
Tito Morais fundou em 2004 o site www.MiudosSeguros
Na.net, onde passou a publicitar os artigos que
desde o ano anterior vinha escrevendo no jornal A
Capital sobre o assunto, tendo como objectivo
colmatar a lacuna existente em Portugal em termos
informativos. Actualmente, disse, os pais de jovens
que "navegam" na Net defrontam-se sobretudo com
cinco problemas, a que Tito Morais chamou "os cinco
C: conteúdos, contactos, comércio, comportamentos e
copyright".
"É preciso ter em conta com que conteúdos os jovens
se confrontam, que tipo de contactos levam a cabo e
a que práticas comerciais e publicitárias não éticas
estão sujeitos", explicou.
Tito Morais salientou ainda a importância crescente
que têm os problemas relacionados com os
comportamentos compulsivos dos jovens - "os médicos
debatem actualmente se existe o vício da Internet" -
e com violações dos direitos de autor. "Nas próprias
escolas cresce cada vez mais o número de casos de
plágio em trabalhos por parte dos alunos",
acrescentou.
Para responder a todos estes problemas não existe
propriamente uma solução única inscrita num manual e
por vezes as atitudes dos pais são mesmo
contraproducentes, concluiu. Lusa
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