Correio da Manhã - 17 Mar 06

 

Braga: Pais obrigam a reforço de segurança em EB 1

Professora sovada

Mário Fernandes, Braga

Uma professora foi sovada pela mãe de um aluno no interior da sala da aula da Escola EB 1 do Fujacal, na cidade de Braga. A agressora perdeu o controlo emocional, depois do filho se ter queixado de ser agredido por colegas e repreendido por uma docente.

A mulher entrou na escola aos gritos, a perguntar por uma professora, acabando por irromper pela sala de outra docente – Hermínia Ferreira, na casa dos 40 anos – que foi alvo de bofetadas, pontapés e puxões de cabelo, em frente aos alunos. A mãe acabou por ser acalmada pelo companheiro – que a seguiu –, professores e auxiliares da escola.

“Apanhei do chão cabelos da professora às manadas”, disse ontem ao CM a auxiliar Anabela Silva, acrescentando ainda que a docente – que teve de receber assistência hospitalar e está de baixa – apresentava “vários arranhões nas faces e nas mãos.”

A cena de pancadaria, que ocorreu no início da semana, deixou chocada a comunidade escolar, levando a associação de pais a reclamar medidas de segurança, em face do clima de medo que se instalou entre as crianças e professores.

“Temos medo que entrem aqui outra vez para bater em nós ou nos professores”, desabafou uma aluna, cuja mãe se mostrou indignada com a agressão e a falta de condições de “segurança dos alunos” e de “autoridade dos professores”.

O Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas decidiu colocar já um porteiro-segurança à entrada da EB 1 do Fujacal, que nos últimos dias esteve sob apertada vigilância da PSP. A Direcção Regional de Educação do Norte adiantou que, além da acção judicial a mover pela professora, o caso será participado pela escola ao Ministério Público.

MIÚDO É O TERROR DA ESCOLA

A agressora da docente da EB 1 do Fujacal terá já manifestado arrependimento e mostra-se agora preocupada com as repercussões negativas que o seu acto poderá ter sobre o filho, com dez anos de idade e aluno do quarto ano.

A progenitora, devido a mudança de residência, deverá consumar já o pedido de transferência de escola para a criança. Essa é também a solução defendida pelo presidente da Associação de Pais, José Lopes, que sublinha o “bom ambiente” da escola, com 362 alunos de 12 nacionalidades diferentes, 20 professores e cinco auxiliares. Mas apontou como excepção o miúdo que esteve na origem da agressão.

“Traz cadeados, interrompe as aulas dos outros é um terror. Na segunda-feira, a professora ameaçou que o levava à directora, mas ele, pelo telemóvel, levou a mãe a fazer aquilo.”

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