Correio da Manhã - 15
Mar 04 Acusa o
presidente da Associação das Famílias Numerosas
A FISCALIDADE É UM HINO
CONTRA A FAMÍLIA |
“A fiscalidade
portuguesa é um gigantesco hino contra a família, penalizando quem se
casa, beneficiando fortemente quem se divorcia e penalizando quem tem
filhos”. As palavras são do presidente da Associação Portuguesa das
Famílias Numerosas (APFN), Fernando Castro, que comentava as conclusões
de um estudo realizado pela Deloitte que será apresentado no próximo dia
27, em Lisboa, no II Congresso Europeu das Famílias Numerosas.
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José Barradas |
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Um estudo mostra
que a fiscalidade penaliza as famílias casadas |
De acordo com esse
documento, a impossibilidade de duas pessoas casadas declararem os seus
impostos em separado é uma das principais causas para o peso da carga
fiscal, que penaliza as famílias de pais casados e as famílias
numerosas.
A Deloitte recolheu elementos em 12 países europeus e descobriu que,
apenas em Portugal, Bélgica e França existe esta obrigatoriedade na lei.
Nos restantes países, as pessoas casadas (ou não) podem optar por uma
tributação individual ou então conjunta.
Para Fernando Castro “o Estado acena a 4,47 milhões de portugueses
casados com um bónus de dedução ao rendimento de cerca de oito mil euros
no caso de se divorciarem. Conseguem explicar a estes 4,47 milhões de
portugueses, assim como aos seus 3,5 milhões de filhos, porque estão tão
interessados na dissolução das suas famílias?”, questiona a APFN.
A carga fiscal num casal com três filhos é quase o dobro da de duas
pessoas divorciadas com dependentes. Duas pessoas casadas com um
rendimento bruto total de 70 mil euros, pagam de impostos 10.673 euros.
Já em caso de divórcio, se o pai pagar uma pensão de alimentos de 8.121
euros por dependente, pagará de impostos 5.632 euros, ou seja, quase
metade. |
Denise
Fernandes |

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