Política não pode ignorar o grito de socorro da
família, alerta o Papa Marta Lago
A acção política, se está voltada para o futuro, não
pode deixar de lado a família, e esta clama pedindo
ajuda, adverte Bento XVI. Sensibilizar os
governantes e a opinião pública sobre o papel
central e insubstituível da família na sociedade: é
o objectivo do Fórum das Associações Familiares e da
Federação Européia das Associações Familiares
Católicas (FAFCE)
O Papa recebeu nesta sexta-feira a aproximadamente
200 representantes do Fórum, alentando-os no tema do
Congresso que realizam: «A aliança pela família na
Europa: o associativismo protagonista».
«Como justamente podem observar – disse-lhes em seu
discurso –, uma ação política que deseje olhar para
o futuro, não pode deixar de situar a família no
centro da sua atenção e de sua programação».
As condições sociais actuais não facilitam a
fidelidade conjugal, ter filhos e muitas famílias
elevam «um pedido de ajuda que interpela os
responsáveis das administrações públicas, das
comunidades eclesiais e das distintas agências
educativas», adverte o Papa.
Surge então a urgência cada vez mais «de unir forças
para sustentar, com toda medida possível, as
famílias, a partir de um ponto de vista social e
económico, jurídico e espiritual», sublinha.
A família é «célula de comunhão como fundamento da
sociedade»; é constituída pela «união de vida e de
amor, baseada no matrimónio entre um homem e uma
mulher» – recorda Bento XVI –, «um bem
insubstituível para toda a sociedade, que não pode
ser confundido nem equiparado a outros tipos de
união».
Longe de proceder de uma confissão de fé, «a vida, a
família e a educação» são «valores inscritos na
própria natureza humana» «e, portanto, comuns a toda
a humanidade»; o Papa exorta a defendê-los pelo
justo respeito «aos direitos do homem».
O «Fórum» – como seu presidente, Giovanni Giacobbe,
teve oportunidade de expor ao Santo Padre – realizou
objectivas como a mobilização das famílias italianas
que conduziu ao «Family Day», um evento que foi
acompanhado pela campanha de recolhida de
assinaturas por impostos proporcionais à família que
se pede ao Parlamento e ao Governo do país. O
magistério da Igreja católica orienta a actividade
do Fórum e da FAFCE.