Público - 24 Mai 06

O primeiro passo para a livre escolha da escola

 

Outra trave mestra da proposta do PSD é a concretização do "princípio da liberdade de ensinar e de aprender", consubstanciada na escolha da escola pública por parte dos pais e deixando de estar condicionada ao local de residência ou da actividade profissional dos encarregados de educação.
Este princípio já fora introduzido pelo ex-ministro da Educação David Justino em relação ao ensino secundário. No entanto, esta liberdade de opção continua a estar condicionada à existência de vagas, já que os estudantes que moram na área da residência e os que já frequentam o estabelecimento de ensino têm prioridade sobre os outros.
Também Pedro Duarte admitiu a necessidade de se estabelecerem critérios na capacidade de escolha por parte das escolas. "A origem étnica ou socioeconómica nunca poderá ser causa de exclusão dos alunos." Mesmo assim, o deputado acredita que assim se reforçará "a competitividade e a diversidade entre escolas".
Apesar de ter sido apresentada como uma proposta feita para "despertar consciências e promover um grande debate na sociedade", o PSD não vai tão longe como desejaria. O modelo ideal seria o do cheque-ensino, em que os encarregados de educação receberiam do Estado o montante que este está disposto a gastar com cada aluno e escolheriam livremente a escola, pública ou privada. "Esse é talvez o modelo ideal, mas reconhecemos que o país ainda não está preparado, nem tem condições financeiras para isso", disse Pedro Duarte.