«As coisas não vão bem» no secundário, diz
ministra
Taxas de reprovação e abandono no 12º ano atingem
metade dos alunos
A ministra da Educação, Maria de
Lurdes Rodrigues, considerou hoje «dramático» o
estado em que se encontra o ensino secundário,
salientando que as taxas de reprovação e abandono no
12º ano atingem metade dos alunos. A notícia é
avançada pela Agência Lusa.
«As coisas não vão bem», repetiu
várias vezes a ministra num encontro com mais de 600
responsáveis dos conselhos directivos de todas as
escolas do norte do país, em Paços de Ferreira.
«Trinta e cinco por cento dos que
andam no ensino secundário vão reprovar ou
abandonar, mas no 12º ano a situação é mais grave e
atinge 50 por cento do s alunos», afirmou Maria de
Lurdes Rodrigues.
Segundo a ministra, «as escolas
secundárias estão há muito tempo sentadas à
lareira», situação que para ser alterada «necessita
do esforço de todos».
«Temos de apostar na
diversificação da oferta educativa», disse a
ministra relativamente ao ensino secundário, onde o
abandono é muito significativo.
«Temos 400 mil jovens com menos
de 24 anos com o ensino secundário incompleto,
alguns com poucas disciplinas por concluir e é
preciso fazer regressar estes jovens às escolas»,
frisou a ministra.
No encontro, destinado a fazer um
diagnóstico da actual situação do ensino e a
preparar o arranque do próximo ano lectivo, a
ministra evocou também «os problemas graves do
primeiro ciclo».
«Temos professores a mais e com
fracas competências», nomeadamente «no estudo do
meio, no estudo da língua e na matemática», referiu.
A ministra, que estava
acompanhada pelo secretário de Estado da Educação,
Valter Lemos, quer que os trabalhos de casa dos
alunos do 1º ciclo passem a ser feitos também na
escola e que todas as crianças tenham 25 horas da
componente lectiva por semana.
As outras actividades
extra-curriculares, como a música, o desporto, o
inglês ou a informática, que representam mais dez
horas semanais, não poderão interferir na componente
lectiva, defendeu Maria de Lurdes Rodrigues.
«Se uma criança não aprender a
nadar aos seis, sete ou dez anos isso não compromete
o seu futuro escolar, mas se uma criança não
aprender a ler tem o seu futuro escolar
comprometido», disse a ministra.