Agência Ecclesia - 16 Mai 05
Portugal ocupa os
últimos lugares nas políticas familiares
Conclui
o «Estudo comparativo das Políticas Familiares na Europa dos 15»
Ao nível das políticas
familiares, “os países do Norte da Europa estão mais
desenvolvidos” – é o resultado do «Estudo comparativo das
políticas familiares na Europa dos 15», apresentado no II Serão
Nacional da Família, em Lisboa, dia 14 de Maio. Em declarações à
Agência ECCLESIA Joana Pereira, uma das autoras do estudo
juntamente com Maria Luisa Toledo Gomes, salientou que “a
Dinamarca tem condições de defesa das famílias muito superiores
a Portugal”. A própria cultura portuguesa não “tem muita
sensibilidade de as próprias empresas fomentarem medidas de
apoio à família”. E acrescenta: “se um pai, apesar da licença de
paternidade estar legislada, pede 5 dias a entidade patronal
fica um pouco reticente”.
Esta falta de sensibilização “é um problema gravíssimo” –
critica Joana Pereira. Ao efectuar o estudo, a investigadora
refere que “não estamos em último lugar no ranking dos 15” mas
“Portugal, Espanha, Grécia e Itália” são os países mais
preocupantes. No topo está a Dinamarca porque tem “uma política
que ajuda a família”. Para inverter esta lógica, Joana Pereira
pede uma “consciencialização do Estado” e a fomentação “do
trabalho em part-time”. Tópicos que promovem a família.
Se não existir uma “boa conciliação” entre o papel familiar e
profissional, o trabalhador “não rende a 100%”. As empresas “não
têm essa noção” quando exigem “o trabalho ao fim de semana” –
denuncia. Factores que fazem com que Portugal tenha “uma taxa de
natalidade baixíssima”. E conclui: “as políticas têm de dar as
mãos e valorizar a família”.