Público -
11 Mai 05
Desempenhos são coincidentes em relação aos anos anteriores
A directora do Gabinete de Avaliação Educacional, Glória Ramalho,
responsável pela elaboração das provas, diz que estes testes têm um
grande potencial mas que há ainda um longo caminho a percorrer. Um
ano depois, os enunciados corrigidos começaram agora a ser enviados
pelo Ministério da Educação às respectivas escolas.
Os resultados das provas de aferição de 2004 causam-lhe alguma
surpresa?
Os resultados são muito coincidentes em relação às indicações já
dadas pelas provas anteriores. A Matemática são piores do que a
Língua Portuguesa e há uma quebra dos desempenhos do 1º para o 2º
ciclo do ensino básico. No 3º ciclo há uma melhoria ligeira, mas os
resultados continuam a ser fraquinhos e ficam apenas um bocadinho
acima da linha de água.
Que balanço faz da aplicação destes testes para a avaliação e
melhoria do sistema de ensino?
As provas de aferição dão indicações interessantes e permitem
explorações muito úteis sobre os desenhos dos currículos. Na
concepção das provas procuramos sempre ir ao encontro das
competências e conhecimentos que devem ser adquiridos desde o 1º ao
9º ano de escolaridade. Por isso, permitem saber o que se está a
passar no sistema e indicam zonas de trabalho em termos didácticos
que podem ser trabalhadas pelas escolas. Este potencial é muito
positivo.
Acha que esse potencial tem sido plenamente utilizado?
Há muito trabalho a fazer, mas esse caminho está aberto. Nós podemos
melhorar as provas, os investigadores podem aprofundar os resultados
e detectar zonas de preocupação e as escolas podem delinear
projectos para encontrar formas de melhorar o ensino.
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