Portugal Diário- 16 Jun 05
 

Casamentos gay: manif em Espanha conta com portugueses

Várias associações de dezenas de países, aderiram à mega-acção que vai ter lugar em Madrid. Igreja Católica e maior partido da oposição também apoiam

Associações de dezenas de países, incluindo Portugal, aderiram à manifestação de sábado, em Madrid, contra os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que conta com a apoio expresso da Igreja Católica e do maior partido da oposição.

O Fórum espanhol da Família, que convocou a manifestação, também contra a adopção de crianças por casais homossexuais, anunciou hoje que espera a participação de mais de 500 mil pessoas, contando com o apoio de organizações não-governamentais de 27 países.

De Portugal, a adesão ao protesto que se realiza sob o lema "a família importa" e "pelo direito a uma mãe e um pai", vem da Associação de Famílias de Portugal, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e o Fórum da Família de Portugal.

"Trata-se do maior apoio internacional a uma manifestação em toda a história da democracia em Espanha", assinalou Lola Velarde, responsável da organização, insistindo que o protesto "não é para rejeitar ninguém", mas sim em defesa da família e "para evitar o sofrimento de crianças e jovens".

Exactamente o contrário pensam as associações de "gays" e lésbicas espanholas, que qualificam o protesto como uma mostra de intolerância e com o "único objectivo de manifestar-se contra os direitos de outros".

A Igreja Católica espanhola não só apoia expressamente a manifestação como decidiu que o cardeal e arcebispo de Madrid, Antonio Rouco Varela, e os bispos da capital participam no protesto.

"Os prelados da província eclesiástica de Madrid unem-se assim aos seus fiéis nesta marcha", anunciou a Igreja, especificando que Rouco Varela estará na manifestação, acompanhado por cinco bispos da capital, além de outros, cerca de duas dezenas, que virão de outras regiões de Espanha.

O Partido Popular (PP), maior partido da oposição que votou contra o projecto-lei, já aprovado no Congresso [câmara baixa], vai estar também representado por vários dos seus dirigentes na manifestação, estando por confirmar a presença do líder do partido, Mariano Rajoy.

A posição mais contundente e clara do Governo contra este protesto veio do ministro da Defesa, José Bono, um católico, ao afirmar que "não vai ser o PP quem dirá às pessoas com quem podem ou não podem ir para a cama".

Esta é a terceira manifestação em fins-de-semana consecutivos apoiada pelo PP e contra medidas adoptadas pelo Governo. A primeira, em Madrid, foi contra a possibilidade de o executivo iniciar um diálogo com a organização terrorista basca ETA e a segunda, em Salamanca, contra a transferência, desta cidade para a sede do Governo regional da catalunha de uma pequena parte, 2,0 por cento, do Arquivo da Guerra Civil.

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