Associações de
dezenas de países, incluindo Portugal, aderiram à
manifestação de sábado, em Madrid, contra os
casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que conta
com a apoio expresso da Igreja Católica e do maior
partido da oposição.
O Fórum
espanhol da Família, que convocou a manifestação,
também contra a adopção de crianças por casais
homossexuais, anunciou hoje que espera a
participação de mais de 500 mil pessoas, contando
com o apoio de organizações não-governamentais de 27
países.
De Portugal, a
adesão ao protesto que se realiza sob o lema "a
família importa" e "pelo direito a uma mãe e um
pai", vem da Associação de Famílias de Portugal, a
Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e o
Fórum da Família de Portugal.
"Trata-se do
maior apoio internacional a uma manifestação em toda
a história da democracia em Espanha", assinalou Lola
Velarde, responsável da organização, insistindo que
o protesto "não é para rejeitar ninguém", mas sim em
defesa da família e "para evitar o sofrimento de
crianças e jovens".
Exactamente o
contrário pensam as associações de "gays" e lésbicas
espanholas, que qualificam o protesto como uma
mostra de intolerância e com o "único objectivo de
manifestar-se contra os direitos de outros".
A Igreja
Católica espanhola não só apoia expressamente a
manifestação como decidiu que o cardeal e arcebispo
de Madrid, Antonio Rouco Varela, e os bispos da
capital participam no protesto.
"Os prelados
da província eclesiástica de Madrid unem-se assim
aos seus fiéis nesta marcha", anunciou a Igreja,
especificando que Rouco Varela estará na
manifestação, acompanhado por cinco bispos da
capital, além de outros, cerca de duas dezenas, que
virão de outras regiões de Espanha.
O Partido
Popular (PP), maior partido da oposição que votou
contra o projecto-lei, já aprovado no Congresso
[câmara baixa], vai estar também representado por
vários dos seus dirigentes na manifestação, estando
por confirmar a presença do líder do partido,
Mariano Rajoy.
A posição mais
contundente e clara do Governo contra este protesto
veio do ministro da Defesa, José Bono, um católico,
ao afirmar que "não vai ser o PP quem dirá às
pessoas com quem podem ou não podem ir para a cama".
Esta é a
terceira manifestação em fins-de-semana consecutivos
apoiada pelo PP e contra medidas adoptadas pelo
Governo. A primeira, em Madrid, foi contra a
possibilidade de o executivo iniciar um diálogo com
a organização terrorista basca ETA e a segunda, em
Salamanca, contra a transferência, desta cidade para
a sede do Governo regional da catalunha de uma
pequena parte, 2,0 por cento, do Arquivo da Guerra
Civil.