Associação
Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) apresenta esta
terça-feira na Provedoria de Justiça uma queixa contra o
estado português pela discriminação no regime fiscal do
IRS de que são alvo as pessoas casadas.
Fernando
Ribeiro e Castro, presidente da APFN, disse ao
PortugalDiário que «em Portugal, os pais pagam mais
impostos só por serem casados». «Só podem deduzir as
despesas com os filhos os casais separados», adianta.
Segundo o
presidente da APFN, «quando um casal se separa, o valor
que um dos pais paga de pensão ao outro é totalmente
dedutível», o outro progenitor pode ainda «descontar até
1800 euros, por cada filho, e por ele próprio». Este
valor que os pais separados deduzem inclui «todos os
gastos que têm com os filhos».
A APFN «não
está contra esta situação», mas reprova que o mesmo não
se passe em relação os pais que estão casados. Estes «só
podem deduzir os gastos com educação e saúde», diz
Fernando Ribeiro e Castro. O valor gasto para suprir as
restantes necessidades básicas das crianças, «como
alimentação, vestuário», não é dedutível.
Para a APFN,
trata-se de «discriminação baseada no estado civil».
Depois de seis
anos a «lutar» para que esta situação seja alterada, a
associação desistiu de tentar o diálogo. «Já fomos
recebidos por governantes de todas as cores politicas.
Dizem sempre que temos razão, mas depois, nada é feito»,
lamentou Fernando Ribeiro e Castro.
A decisão de
tentar a via judicial foi tomada ainda durante a
legislatura do Governo anterior, por isso, a APFN nunca
chegou a falar com este Executivo sobre a questão.
Fernando
Ribeiro e Castro mostra-se confiante no parecer que será
dado a esta queixa. O presidente da APFN diz que «este
documento está bem elaborado e demorou meses a ficar
pronto». A queixa será entregue na Provedoria de Justiça
esta terça-feira ao fim da manhã.