O
Ministério da Educação vai criar uma
comissão independente para avaliar os
conteúdos dos programas de educação sexual,
e que será presidida pelo psiquiatra Daniel
Sampaio, noticia hoje o Diário de Notícias.
O
jornal cita declarações da ministra da
Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que dão
conta de que "a educação sexual nas escolas
é insuficiente".
"Dito isto, tomámos a decisão de, dada a
fragilidade e inconsistência desta área de
ensino, criar uma comissão que fará uma
proposta de programa e, se for caso disso, o
acompanhamento da sua aplicação", refere a
ministra, citada pelo jornal.
A
comissão independente, que será presidida
por Daniel Sampaio, deverá iniciar os
trabalhos dentro de duas semanas e
integrará, além de um membro do ministério,
o obstetra e ginecologista Miguel Oliveira e
Silva e a psicóloga Margarida Gaspar de
Matos.
O
jornal adianta que a ministra quer manter a
integração da área na educação para a saúde
(que inclui também, por exemplo, a prevenção
de consumos de estupefacientes e a educação
alimentar).
Esta medida do ministério surge após uma
análise curricular a esta área e depois da
polémica gerada por uma notícia publicada em
Maio no semanário Expresso.
A
notícia referia que o plano de educação
sexual nas escolas "está a provocar acesa
polémica entre os educadores", porque
"alguns manuais escolares, elaborados em
consonância com as novas orientações do
Ministério da Educação e da Saúde, propõem
aos professores exercícios para crianças de
10 e 11 anos tais como colorir "partes do
corpo que gostam que sejam tocadas".
O
ministério desmentiu na altura a existência
de quaisquer manuais de educação sexual,
sublinhando que nem sequer existe um
programa curricular e que as escolas têm
autonomia para decidir como abordar o tema.
Em
consequência desta polémica, a ministra
recebe hoje a Confederação Nacional das
Associações de Pais.