Diário de Notícias - 9 Jun 03
Empréstimo de manuais ainda este ano
ELSA COSTA E SILVA
O ministro da Educação vai dar indicações às escolas no sentido de serem criados
fundos de manuais escolares para empréstimo em anos posteriores. A ideia é que
os alunos, apoiados no âmbito do Serviço de Acção Social Escolar, devolvam os
livros subsidiados, que virão a integrar as bibliotecas escolares para serem
reutilizados.
Uma medida que David Justino anunciou ao DN e que visa ajudar as famílias mais
carenciadas a enfrentar os custos dos manuais escolares. O ministro da Educação
admite que, face ao valor médio dos cinco manuais mais utilizados no ano passado
(5,545 euros), o acréscimo no 1.º ano de escolaridade possa chegar aos 14% se
todos os livros se pautarem pelo montante máximo (6,30 euros) da adenda à
Convenção de Preços. O ministro da Educação afirmou ainda que, face à listagem
dos manuais que já tem disponível, algumas propostas poderão estar ligeiramente
abaixo desse valor.
David Justino adiantou, contudo, que espera que o aumento médio a nível nacional
ronde os 10 por cento. Uma comparação que tem em conta, conforme o DN noticiou
ontem, o valor do cabaz publicado pela Direcção-Geral de Comércio e Concorrência
(DGCC), que fazendo uma média de todos os livros, admitia, por exemplo, uma
colecção a sete euros. Mas certezas, ressalva o ministro, só no fim do período
de adopção.
Reportando-se à notícia do DN de ontem, que avançava aumentos da ordem dos 20
por cento, o responsável pela tutela afirmou que dificilmente poderão existir
acréscimos médios superiores a 14 por cento. Contudo, se tivermos em conta duas
das propostas adoptadas no ano passado nas escolas portuguesas _ com valores de
5,24 e 5,20 euros para a língua portuguesa _ e as compararmos com o valor máximo
admitido, que deverá condicionar a grande maioria das propostas, estamos
efectivamente a falar de aumentos que rondam os 20 por cento.
David Justino garante que está atento ao problema dos preços e que deu
orientações às escolas para terem a questão dos custos em particular atenção
neste ano de crise económica. A adenda, ainda que tenha envolvido o
Ministério da Economia (através da DGCC), teve um acompanhamento próximo
do Ministério da Educação, que quis evitar os aumentos de 50 por cento
registados em 2002 para o 4.º ano. David Justino salienta ainda que a
generalidade dos manuais para todos os anos aumentará cerca de cinco por cento.

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