Público - 13 Jun 03
Um em Cada Três Jovens de 18 Anos Já Não Estão na Escola
Por I.L.
Portugal e o Reino Unido são os países da União Europeia (UE) com a mais baixa
taxa de permanência de jovens com 18 anos no sistema educativo: 66 e 55 por
cento, respectivamente. Os dados foram divulgados ontem pelo Eurostat, o
gabinete estatístico da UE, e reportam-se ao ano lectivo de 2000/01.
No topo da tabela encontram-se a Suécia, com a quase totalidade (95 por cento)
dos jovens com 18 anos a manter-se na escola. Finlândia, Bélgica, Alemanha,
Dinamarca e França apresentam taxas superiores a 80 por cento. A média dos
Quinze fica-se pelos 71,4 por cento.
Entre os dez países candidatos que integrarão o espaço comunitário já a partir
do próximo ano existem idênticas disparidades, mas realçam-se igualmente os
elevados níveis de escolaridade da República Checa (86,1 por cento) ou da
Lituânia (84,3 por cento).
O estudo do Eurostat sublinha ainda que, em 14 dos 15 Estados-membros, a
percentagem de raparigas de 18 anos que permanecem no sistema educativo é
superior à dos rapazes. A Áustria é a excepção.
Recorde-se ainda que a UE definiu como meta, até 2010, ter 85 por cento dos
cidadãos com 22 anos habilitados com o ensino secundário completo. Em Portugal,
iniciou-se a discussão em torno da proposta de Lei de Bases da Educação que
alarga a escolaridade obrigatória para os 18 anos.
Outro dos indicadores analisados pelo Eurostat, e que também constitui um dos
cinco critérios de referência definidos no âmbito da Estratégia de Lisboa,
traduz-se no número de diplomados nas áreas da Matemática, Ciência e Tecnologia.
E, mais uma vez, fica evidente o atraso de Portugal: em cada 1000 pessoas entre
os 20 e os 29 anos existem 6,4 por cento de licenciados nestes cursos.
Apenas o Luxemburgo, a Itália e a Holanda apresentam taxas tão baixas. A
Irlanda, com 23,2 por cento, é o país que mais se destaca. Seguem-se a França,
Reino Unido e Finlândia. Também para este indicador os ministros europeus da
Educação definiram um objectivo ambicioso: aumentar, até 2010, o número de
diplomados em Matemática, Ciência e Tecnologia em 15 por cento.

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