Público última hora - 18 Jul 08

 

Acordo com o Governo após meses de diferendo
Instituições de solidariedade vão receber reforço de verbas para os ATL

 

As instituições de solidariedade chegaram a acordo com o Governo sobre os subsídios a atribuir às actividades de tempos livres (ATL), encerrando, assim, um diferendo que se prolongou durante vários meses.

 

"Já há acordo. Embora não sejam suficientes, são valores aceitáveis que asseguram a sobrevivência das instituições e que mostram que o Governo quer que se mantenham em funcionamento os ATL, sobretudo na componente de apoio à família", revelou o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

 

Segundo o responsável, o acordo ficará estabelecido num protocolo a celebrar "em breve" e que prevê um reforço das verbas atribuídas às instituições que garantem o acolhimento e ocupação das crianças do primeiro ciclo.

 

No caso do chamado ATL clássico, que funciona apenas quando a escola pública da zona não tem condições para dar aos alunos actividades de enriquecimento curricular, o subsídio estatal aumenta 2,5 por cento.

 

Os aumentos mais significativos registam-se, no entanto, no chamado "ATL de pontas", o serviço de acompanhamento das crianças durante as férias escolares e nos períodos entre as 07h30 e as 08h30 e depois das actividades extracurriculares, entre as 17h30 e as 19h30.

 

No caso do serviço ser prestado com almoço as instituições vão receber um reforço de verbas na ordem dos dez por cento, aumento que chega aos 19 por cento no caso do serviço não incluir refeição.

 

O acordo alcançado entre a CNIS e o Executivo socialista põe fim a um diferendo que se prolongou desde o final do ano passado. A confederação do sector temia o encerramento da maioria dos centros de actividades de tempos livres devido a uma redução do financiamento estatal que chegou a ser anunciada e que, a concretizar-se, podia deixar desempregados perto de seis mil trabalhadores.

 

O impasse nas negociações levou mesmo a confederação a agendar uma greve para Junho, mas a paralisação acabou por ser desconvocada devido ao início do processo negocial.

 

Entretanto, foi hoje publicado em Diário da República um outro acordo alcançado entre as duas partes, mas este apenas respeitante à educação pré-escolar. De acordo com o documento, as instituições de solidariedade irão receber 108 euros mensais por cada criança que nelas frequente o pré-escolar e 61,09 euros mensais por cada criança acompanhada nos períodos em que não houver escola, valores que representam um acréscimo de cerca de 2,5 por cento relativamente ao ano passado.

 

Lusa