Caixa Geral de Depósitos estende crédito à
habitação até aos 80 anos de idade dos clientes Rosa Soares
CGD anunciou um pacote de medidas que, segundo o
banco, têm por objectivo aliviar as prestações
mensais dos seus clientes com crédito à habitação
Caixa Geral de Depósitos vai relançar campanha de
captação de crédito à habitação de outros bancos
Os clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com
crédito à habitação vão poder estender os seus
contratos até aos 80 anos de idade, contra os
actuais 75. A medida faz parte de um pacote de cinco
soluções que a CGD anunciou ontem como forma de os
seus clientes reduzirem as prestações mensais com o
crédito à habitação.
A medida, a que podem aderir todos os actuais
clientes e outros que pretendam transferir o seu
crédito para o banco, podem ser transitórias. Ou
seja, num cenário de descida de taxas de juro podem
ser repostas as condições anteriores, contra o
pagamento de uma comissão de 100 euros. Os clientes
com maior envolvimento negocial com a Caixa estarão
isentos desta comissão e a CGD admite negociá-la com
os restantes clientes.
A passagem do limite etário dos 75 para os 80 anos
dá aos clientes a possibilidade de alargarem os
prazos dos contratos, que alguns já tinham esgotado,
reduzindo a prestação mensal. O senão da medida é o
de aumentar o encargo com juros ao longo do
contrato.
A segunda medida anunciada permite a todos os
clientes negociar um período de carência de capital
em qualquer fase do empréstimo, até três anos. Esta
possibilidade, até agora limitada a clientes até 35
anos, permite pagar apenas juros, não amortizando
capital, o que reduz a prestação.
Para além disso, a GGD permite combinar em
simultâneo a carência de capital com o diferimento
de capital, sendo que esta última possibilidade
consiste em deixar até 30 por cento do capital em
dívida para pagar na última prestação, não havendo
amortização antes, o que reduz a prestação. As duas
possibilidades aliviam o encargo mensal, mas
implicam o pagamento de mais juros ao longo do
empréstimo.
A estas soluções, que podem ser todas combinadas
numa mesma alteração ao contrato, por 100 euros para
clientes com menor envolvimento, pode ainda ser
combinado com o Caixa Prémio, produto que permite
uma redução de um quarto de ponto percentual na taxa
de juro que serve de indexante, a Euribor, durante
cinco anos.
Paulo Sousa, do direcção imobiliária da CGD,
garantiu ao PÚBLICO que as cinco medidas visam dar
às famílias a possibilidade de ultrapassar a actual
fase de subida das taxas de juro com tranquilidade e
que conjugadas permitem uma redução significativa da
prestação mensal. A provar que a Caixa quer dar um
sinal de confiança ao mercado, Paulo Sousa garantiu
que será relançada a campanha de captação de crédito
à habitação de outros bancos, suportando todos os
custos de transferência das hipotecas.
A CGD tem 700 mil contratos de crédito à habitação e
500 mil clientes, no valor de 31,5 mil milhões de
euros.