Público - 10 Jul 08

 

Caixa Geral de Depósitos estende crédito à habitação até aos 80 anos de idade dos clientes
Rosa Soares

 

CGD anunciou um pacote de medidas que, segundo o banco, têm por objectivo aliviar as prestações mensais dos seus clientes com crédito à habitação

 

Caixa Geral de Depósitos vai relançar campanha de captação de crédito à habitação de outros bancos

 

Os clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com crédito à habitação vão poder estender os seus contratos até aos 80 anos de idade, contra os actuais 75. A medida faz parte de um pacote de cinco soluções que a CGD anunciou ontem como forma de os seus clientes reduzirem as prestações mensais com o crédito à habitação.

 

A medida, a que podem aderir todos os actuais clientes e outros que pretendam transferir o seu crédito para o banco, podem ser transitórias. Ou seja, num cenário de descida de taxas de juro podem ser repostas as condições anteriores, contra o pagamento de uma comissão de 100 euros. Os clientes com maior envolvimento negocial com a Caixa estarão isentos desta comissão e a CGD admite negociá-la com os restantes clientes.

 

A passagem do limite etário dos 75 para os 80 anos dá aos clientes a possibilidade de alargarem os prazos dos contratos, que alguns já tinham esgotado, reduzindo a prestação mensal. O senão da medida é o de aumentar o encargo com juros ao longo do contrato.

 

A segunda medida anunciada permite a todos os clientes negociar um período de carência de capital em qualquer fase do empréstimo, até três anos. Esta possibilidade, até agora limitada a clientes até 35 anos, permite pagar apenas juros, não amortizando capital, o que reduz a prestação.

 

Para além disso, a GGD permite combinar em simultâneo a carência de capital com o diferimento de capital, sendo que esta última possibilidade consiste em deixar até 30 por cento do capital em dívida para pagar na última prestação, não havendo amortização antes, o que reduz a prestação. As duas possibilidades aliviam o encargo mensal, mas implicam o pagamento de mais juros ao longo do empréstimo.

 

A estas soluções, que podem ser todas combinadas numa mesma alteração ao contrato, por 100 euros para clientes com menor envolvimento, pode ainda ser combinado com o Caixa Prémio, produto que permite uma redução de um quarto de ponto percentual na taxa de juro que serve de indexante, a Euribor, durante cinco anos.

 

Paulo Sousa, do direcção imobiliária da CGD, garantiu ao PÚBLICO que as cinco medidas visam dar às famílias a possibilidade de ultrapassar a actual fase de subida das taxas de juro com tranquilidade e que conjugadas permitem uma redução significativa da prestação mensal. A provar que a Caixa quer dar um sinal de confiança ao mercado, Paulo Sousa garantiu que será relançada a campanha de captação de crédito à habitação de outros bancos, suportando todos os custos de transferência das hipotecas.

 

A CGD tem 700 mil contratos de crédito à habitação e 500 mil clientes, no valor de 31,5 mil milhões de euros.