Ordem dos Engenheiros critica facilitismo de
cursos Especialmente depois de um ensino secundário é
insuficiente
O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando
Santo, criticou esta quarta-feira o facilitismo no
acesso a alguns cursos de engenharia, após um ensino
secundário onde a formação nas áreas da matemática,
física e química é insuficiente, noticia a Lusa.
Segundo Fernando Santo, devido à falta de formação
básica nas áreas de engenharia nos ensinos básico e
secundário, «as universidades e os politécnicos têm
pela frente um problema».
«Ou mantêm as regras de exigência adequadas às
formações e exigências que querem garantir no final
dos cursos aos seus alunos - e então terão muitos
poucos alunos e estará em causa a sua sobrevivência
-, ou têm de abrir as portas para adequar as
exigências à falta de formação nivelando por baixo
e, infelizmente, é isso o que está a suceder em
muitas escolas», afirmou, em declarações à Lusa no
dia em que foram conhecidas as vagas no ensino
superior público para o próximo ano lectivo.
O bastonário realçou que no ano passado «apenas
quatro Institutos Politécnicos exigiam matemática
como cadeira específica» para cursos de engenharia,
de forma que «os alunos poderiam entrar nos outros
politécnicos sem matemática, porque não era
exigida».
«É por esta via do facilitismo que estamos a encher
o número de vagas, que são desejáveis a nível do
país, mas que tem aqui um handicap grave em termos
de formação base», realçou.
Fernando Santo salientou que, quanto aos
engenheiros, não há excesso de vagas, porque o
mercado do país tem capacidade de absorver estes
profissionais.