Presidência portuguesa da UE propõe aumento da
idade da reforma
A presidência portuguesa da União Europeia propôs
hoje o aumento da idade de reforma como uma das
"bandeiras" da política de envelhecimento activo, a
par da melhoria da performance dos mercados de
trabalho nas faixas etárias mais avançadas.
A proposta, a que a Agência Lusa teve acesso, consta
do documento hoje debatido na primeira sessão de
trabalho do Conselho Europeu do Emprego, a decorrer
em Guimarães.
A presidência portuguesa sublinha que a mudança nos
sistemas de pensões, com idades de reforma mais
tardias e flexíveis é "decisiva" para fazer face às
alterações demográficas num contexto de
"envelhecimento activo".
O mesmo documento defende que tal êxito também
depende da capacidade de melhoria da performance dos
mercados de emprego em faixas etárias mais
avançadas, através da formação e aprendizagem ao
longo da vida, como imperativo para uma maior
competitividade.
O "envelhecimento activo", o equilíbrio na aplicação
da "flexigurança" e a "inclusão activa" são os três
grandes desafios apontados pela presidência
portuguesa para o futuro da Europa social.
O documento foi discutido durante a manhã e contou,
de acordo com o ministro do Trabalho e Solidariedade
Social, Vieira da Silva, com um "consenso alargado"
por parte dos ministros do emprego e assuntos
sociais presentes.
Relativamente ao modelo da "flexigurança", a
presidência portuguesa destacou a importância de
conciliar o trabalho com a vida pessoal e familiar,
associados a "políticas de família amigas do
emprego".
Os equipamentos e serviços de apoio serão "fulcrais"
no combate às desigualdades de género e para o
aumento da participação no mercado de trabalho,
acrescenta o documento, que atribui ainda "um papel
cimeiro" ao diálogo social.
A promoção de políticas modernas dirigidas à família
será, por vez, uma das estratégias para a UE
conseguir uma "inclusão activa", mais bem-estar e
mais oportunidades.
Particular relevo será dado ao "esforço de
generalização da estratégia de promoção dos cuidados
infantis", acrescenta.