Europa enfrenta envelhecimento e aumento dos inactivos
Os cenários sobre a evolução da população na Europa
coincidem: seremos cada vez mais velhos. Até 2030, poderemos
mesmo perder 21 milhões de pessoas em idade de trabalhar, o
que significa sete por cento da população activa.
Os números destas projecções constam de um documento da
Comissão Europeia intitulado Perante as mudanças
demográficas, para uma nova solidariedade entre as gerações,
debatido em Março pela Comissão Europeia. E acarretam
consequências económicas: o crescimento potencial do
continente - hoje situado nos dois por cento - poderá
situar-se apenas em 1,5 por cento dentro de dez anos e 1,25
por cento em 2040.
As projecções variam, contudo, consoante os países.
Alemanha, Áustria, Espanha e Portugal são países onde a
tendência para o envelhecimento da população se pode
acentuar.
O fenómeno do envelhecimento é comum a outras grandes
regiões do mundo: na China, em 2050, as pessoas com 100 anos
ou mais poderão chegar às 470 mil (hoje são 17 mil). Nessa
altura, dizem as mesmas projecções, mais de 20 por cento da
população terá mais de 65 anos.
Na Europa, de acordo com o documento aprovado pelos
comissários em Março, a taxa de dependência (ou seja, o
número de inactivos por cada 100 trabalhadores) pode chegar
aos 50 por cento, também em 2050, contra os 24 por cento
actuais.
Nos países da União Europeia, em cada três casais, um não
tem o número de filhos que desejaria ter, muitas vezes por
razões económicas, relata o documento, citado pelo jornal
francês La Croix. Daí que os responsáveis da UE estejam
preocupados com a necessária conciliação entre vida
profissional e vida privada.
Creches e jardins-de-infância são importantes, como também
as licenças de maternidade e paternidade, a melhor
organização do tempo de trabalho, o trabalho a tempo
parcial, o alojamento e os transportes, bem como o aumento
da taxa de emprego da população com mais de 55 anos (longe
do objectivo de 50 por cento) são campos em que as políticas
públicas devem insistir. A.M
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