Movimentos pelo "não" no referendo ao
aborto entregaram 120 mil assinaturas
Movimentos que defendem o "não" ao aborto anunciaram hoje a entrega
na Comissão Nacional de Eleições (CNE) de 121.500 assinaturas, que
garantem tempo de antena na comunicação social na campanha para o
referendo de Fevereiro.
Com a entrega das assinaturas, os nove grupos cívicos formalizaram a
sua existência e asseguram a possibilidade de participar nos dez
dias de campanha que antecedem a consulta pública sobre a
Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), que se realiza dentro de
um mês (11 Fevereiro).
Desta plataforma que se opõe à despenalização do aborto fazem parte
movimentos do Porto, Algarve, Braga, Aveiro, Bragança, Lamego,
Lisboa, Ribatejo e Oeste e Vila Real.
Adriano Ferreira, do movimento Mais Aborto Não, do Ribatejo e Oeste,
disse à Lusa que os vários grupos ainda não decidiram se vão
apresentar os tempos de antena na comunicação social em conjunto ou
cada um por si.
Na sua opinião, os tempos de antena deveriam ser conjuntos entre os
defensores do "não", mas disse que “ainda é cedo” para definir essa
questão.
No caso das assinaturas hoje entregues na Comissão Nacional de
Eleições, Adriano Ferreira disse que foram recolhidas
"essencialmente na rua", com a contribuição de estruturas religiosas
(católicos, evangelistas), partidos, mas também de cidadãos sem
qualquer referência religiosa ou política.
O referendo de 11 de Fevereiro será o segundo realizado sobre o
aborto em Portugal, depois de em 1998 o "não" ter vencido uma
consulta cujo resultado não foi vinculativo por terem votado menos
de metade dos inscritos nos cadernos eleitorais.