Defendeu hoje, em Braga, o movimento cívico
«Minho com Vida»
O movimento cívico «Minho com
Vida» defendeu, hoje, em Braga que «liberalizar o
aborto seria promover um desvio imenso do percurso
civilizacional de promoção da dignidade da pessoa
humana trilhado até aqui», escreve a Lusa.
A mandatária do Movimento, Eva
Almeida, afirmou que, se o «sim» vencer abre-se a
porta para um situação em que «furtar um telemóvel
continuaria a ser crime mas eliminar uma vida humana
não».
Eva Almeida falava durante a
apresentação deste grupo de cidadãos que se bate
pelo «não» no referendo ao aborto.
O Movimento, que junta pessoas
«de vários quadrantes sociais, profissionais e
políticos», recolheu 33 mil assinaturas de apoio à
sua constituição, devendo o pedido de inscrição
junto da Comissão Nacional de Eleições ser
apresentado terça-feira.
Eva Almeida defendeu que, «num
contexto, em que a esmagadora maioria das mulheres
tem acesso gratuito a consultas de planeamento
familiar, bem como aos mais variados meios
contraceptivos e à pílula do dia seguinte», não faz
sentido liberalizar o aborto.
«Os casos mais dramáticos de que
se fala já estão previstos na legislação», defendeu,
sustentando que «interrupção significa suspensão.
Ora, abortando, a gravidez não fica suspensa, acaba,
com a morte do bebé».
Em seu entender, se o «sim»
ganhar, «até às dez semanas, a mãe não precisa de
invocar qualquer razão para justificar o seu pedido
de aborto, passando a ter total disponibilidade
sobre o fim ou a continuação daquela vida».
A mandatária sustentou que a
pergunta a referendar, ao referir que o aborto
poderia ser feito «por opção da mulher»,
desresponsabiliza o homem relativamente às
consequências de um acto em que participou.
«Se o pai desejasse o filho e a
mãe quisesse abortar, a vontade desta prevaleceria.
Seria o eclipse da figura do pai», alertou.
Considerou o prazo de dez semanas
para o aborto livre, como «desprovido de sentido» e
defendeu que «não se pode impor um limite porque é
um tempo razoável para a mulher pensar se quer ou
não ter o bebé».
«Pretendem que a mulher possa
abortar livremente até às dez semanas e aceitam que
seja penalizada às 11, às 12 ou mais?», interrogou.