Portugal Diário - 08 Jan 07

 

«Aborto é contra percurso civilizacional»

Defendeu hoje, em Braga, o movimento cívico «Minho com Vida»

O movimento cívico «Minho com Vida» defendeu, hoje, em Braga que «liberalizar o aborto seria promover um desvio imenso do percurso civilizacional de promoção da dignidade da pessoa humana trilhado até aqui», escreve a Lusa.

A mandatária do Movimento, Eva Almeida, afirmou que, se o «sim» vencer abre-se a porta para um situação em que «furtar um telemóvel continuaria a ser crime mas eliminar uma vida humana não».

Eva Almeida falava durante a apresentação deste grupo de cidadãos que se bate pelo «não» no referendo ao aborto.

O Movimento, que junta pessoas «de vários quadrantes sociais, profissionais e políticos», recolheu 33 mil assinaturas de apoio à sua constituição, devendo o pedido de inscrição junto da Comissão Nacional de Eleições ser apresentado terça-feira.

Eva Almeida defendeu que, «num contexto, em que a esmagadora maioria das mulheres tem acesso gratuito a consultas de planeamento familiar, bem como aos mais variados meios contraceptivos e à pílula do dia seguinte», não faz sentido liberalizar o aborto.

«Os casos mais dramáticos de que se fala já estão previstos na legislação», defendeu, sustentando que «interrupção significa suspensão. Ora, abortando, a gravidez não fica suspensa, acaba, com a morte do bebé».

Em seu entender, se o «sim» ganhar, «até às dez semanas, a mãe não precisa de invocar qualquer razão para justificar o seu pedido de aborto, passando a ter total disponibilidade sobre o fim ou a continuação daquela vida».

A mandatária sustentou que a pergunta a referendar, ao referir que o aborto poderia ser feito «por opção da mulher», desresponsabiliza o homem relativamente às consequências de um acto em que participou.

«Se o pai desejasse o filho e a mãe quisesse abortar, a vontade desta prevaleceria. Seria o eclipse da figura do pai», alertou.

Considerou o prazo de dez semanas para o aborto livre, como «desprovido de sentido» e defendeu que «não se pode impor um limite porque é um tempo razoável para a mulher pensar se quer ou não ter o bebé».

«Pretendem que a mulher possa abortar livremente até às dez semanas e aceitam que seja penalizada às 11, às 12 ou mais?», interrogou.