Público - 17 Jan 04

Detalhes
Por ANTÓNIO FERREIRA PORTO

É nos pequenos detalhes a que ninguém liga que resplandece a falta de funcionalidade do país. A professora de Matemática do meu filho entrou de licença de parto uma semana antes do fim das aulas do 1º período. Ingénuo, acreditei que logo no início do 2º período teria um novo professor. Mas não. Para cumprir adequadamente os preceitos e regulamentos em vigor, a escola abriu em Janeiro um concurso para encontrar o professor, o que significa que, se tudo correr bem, só estará duas semanas sem aulas. Eu não entendo esta morosidade, mas dizem-me que tem de ser assim.

O pavilhão de Educação Física (EF) da mesma escola entrou em obras precisamente em Janeiro. Há muito que as obras tinham sido pedidas, mas "eles" entenderam que o momento indicado para as realizar era a meio do ano lectivo, com aulas a decorrer, e não nas férias grandes. Os alunos passaram a ter EF numa sala de aula normal, com mesas, em vez de balizas. É tudo perfeitamente normal. É o que o sucede quando "eles", os que dirigem o ensino público, têm os filhos no ensino privado.

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