Portugal Diário -
11
Fev 06
Ministro anuncia programa Polis para o Litoral
Nunes Correia quer requalificar
as áreas mais problemáticas e criar
uma Lei-quadro para zonas costeiras
O ministro do Ambiente, Francisco
Nunes Correia , anunciou hoje a criação de um
programa semelhante ao Polis para o litoral, que
requalifique as áreas mais problemáticas, e de uma
Lei Quadro das zonas costeiras.
"Pretendemos num número limitado
de zonas do litoral, onde a natureza dos problemas
tenha uma pertinência que o justifique, lançar uma
intervenção do tipo Polis", disse Nunes Correia numa
conferência de imprensa no Centro de Interpretação
Ambiental da Ponta do Sal, em São Pedro do Estoril.
O Programa Polis é um projecto do
Ministério das Cidades, Ordenamento d o Território e
Ambiente que, em parceria com as Autarquias Locais,
visa melhorar a qualidade de vida nas cidades
através de intervenções urbanística e ambientais, e
torna-las mais atraentes e competitivas.
O ministro do Ambiente, do
Ordenamento do Território e do Desenvolvimento
Regional afirmou que tenciona "olhar de imediato
para as situações de ilegalidade de construções no
domínio público marítimo".
Nunes Correia anunciou também a
intenção de estudar e elaborar uma Lei Quadro das
zonas costeiras, que comparou à já aprovada Lei
Quadro da Água.
Apesar de considerar prematuro
avançar pormenores sobre o eventual diploma legal, o
ministro explicou que deverá servir para clarificar
as responsabilidades que as diversas entidades têm
na gestão do litoral.
Actualmente, há 38 entidades com
competência no mar e na orla costeira, entre as
quais o Instituto da Conservação da Natureza (ICN),
as Comissões de Coordenação de Desenvolvimento
Regional (CCDR) e o Inag (Instituto da Agua).
Outro dos objectivos enunciados
pelo ministro do Ambiente será "depositar no
Instituto da Água o essencial da intervenção no
domínio público marítimo", o que implicará retirar
as competências nesta matéria que o anterior governo
tinha atribuído ao ICN.
Ao indicar que o Governo não
tenciona "criar um novo instituto para o litoral"
nem fundir ou extinguir outros, Nunes Correia
admitiu que o Inag é a entidade com "melhores
condições para ser o rosto" das acções na zona
costeira.
Quanto a estruturas locais que
possam vir a estar afectas a este instituto, o
governante revelou que "uma boa solução pode passar
por atribuir competências às administrações
regionais hidrográficas", criadas com a lei-quadro
da Água.
Nunes Correia advertiu, contudo,
que "tudo o que se diga sobre coisas deste tipo é
prematuro até estarem concluídas as análises do
programa de reestruturação da administração central
do Estado".