Portugal Diário - 7 Fev 06

Metade dos reformados deixou de trabalhar cedo
 

E durante a reforma preferem não fazer nada ou tomar conta da família

Metade dos reformados portugueses deixou de trabalhar antes do limite mínimo de idade estabelecido por lei, 77 por cento dos quais por vontade própria, revela o estudo AXA Barómetro Reforma, hoje divulgado.

O estudo, que tem como objectivo estudar, analisar e comparar as atitudes face à reforma, concluiu que Portugal tem o maior índice de reformas voluntárias dos 12 países inquiridos, seguido do Canadá (66 por cento), Estados Unidos (59 por cento) e Austrália (49 por cento).

As conclusões do AXA Barómetro Reforma tiveram como base cerca de 7.000 entrevistas a trabalhadores activos e reformados de 12 países: Portugal, Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Hong Kong, Itália, Japão e Reino Unido.

Em Portugal, o inquérito abrangeu um total de 614 pessoas (312 trabalhadores no activo com mais de 25 anos e 302 pré-reformados e reformados com menos de 75 anos).

O estudo adianta que 47 por cento dos activos planeiam exercer uma actividade profissional remunerada durante a reforma, mas apenas cerca de um décimo dos reformados a concretiza.

Tal como Portugal, a maioria dos reformados europeus não desenvolve qualquer actividade remunerada, contrastando com o Japão, onde 40 por cento dos reformados exerce outra actividade.

Apesar de haver um consenso contra o aumento da idade da reforma, este desacordo é mais evidente entre os activos (62 por cento), que apontam os 60 anos como idade limite de reforma, enquanto que os reformados vão até aos 61 anos.

Os activos alemães, espanhóis e portugueses lideram assim o ranking no desacordo face ao aumento da idade para a reforma.

Os activos consideram-se capazes de trabalhar até aos 64 anos, enquanto que os reformados referem a meta dos 65 anos, mais seis anos que aqueles que trabalham efectivamente.

Os portugueses, tanto activos como reformados, consideram que a velhice vem muito depois da reforma, aos 77 anos.

Quando questionados sobre se as pessoas com mais de 65 anos ainda podem dar um contributo válido em termos profissionais, activos e reformados são unânimes em afirmar que sim, mas, no entanto, os portugueses, a par dos espanhóis e dos italianos, são os que menos consideram que tais pessoas podem dar um contributo importante.

Chegada a altura da reforma, os portugueses preferem não fazer nada, tomar conta da família ou desenvolver trabalho voluntário.

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