Metade dos reformados portugueses
deixou de trabalhar antes do limite
mínimo de idade estabelecido por
lei, 77 por cento dos quais por
vontade própria, revela o estudo AXA
Barómetro Reforma, hoje divulgado.
O estudo, que tem como objectivo
estudar, analisar e comparar as
atitudes face à reforma, concluiu
que Portugal tem o maior índice de
reformas voluntárias dos 12 países
inquiridos, seguido do Canadá (66
por cento), Estados Unidos (59 por
cento) e Austrália (49 por cento).
As conclusões do AXA Barómetro
Reforma tiveram como base cerca de
7.000 entrevistas a trabalhadores
activos e reformados de 12 países:
Portugal, Alemanha, Austrália,
Bélgica, Canadá, Espanha, Estados
Unidos, França, Hong Kong, Itália,
Japão e Reino Unido.
Em Portugal, o inquérito abrangeu um
total de 614 pessoas (312
trabalhadores no activo com mais de
25 anos e 302 pré-reformados e
reformados com menos de 75 anos).
O estudo adianta que 47 por cento
dos activos planeiam exercer uma
actividade profissional remunerada
durante a reforma, mas apenas cerca
de um décimo dos reformados a
concretiza.
Tal como Portugal, a maioria dos
reformados europeus não desenvolve
qualquer actividade remunerada,
contrastando com o Japão, onde 40
por cento dos reformados exerce
outra actividade.
Apesar de haver um consenso contra o
aumento da idade da reforma, este
desacordo é mais evidente entre os
activos (62 por cento), que apontam
os 60 anos como idade limite de
reforma, enquanto que os reformados
vão até aos 61 anos.
Os activos alemães, espanhóis e
portugueses lideram assim o ranking
no desacordo face ao aumento da
idade para a reforma.
Os activos consideram-se capazes de
trabalhar até aos 64 anos, enquanto
que os reformados referem a meta dos
65 anos, mais seis anos que aqueles
que trabalham efectivamente.
Os portugueses, tanto activos como
reformados, consideram que a velhice
vem muito depois da reforma, aos 77
anos.
Quando questionados sobre se as
pessoas com mais de 65 anos ainda
podem dar um contributo válido em
termos profissionais, activos e
reformados são unânimes em afirmar
que sim, mas, no entanto, os
portugueses, a par dos espanhóis e
dos italianos, são os que menos
consideram que tais pessoas podem
dar um contributo importante.
Chegada a altura da reforma, os
portugueses preferem não fazer nada,
tomar conta da família ou
desenvolver trabalho voluntário.