Público - 10 Fev 03
Números Não Convencem Cidadãos Auto-mobilizados
Por LUSA
O presidente da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados (ACAM), Manuel João
Ramos, não se deixa impressionar pelos números de condutores a cumprir penas de
prisão efectiva por excesso de álcool ao volante. É tudo "agulha em palheiro",
diz. Sabe que se regista actualmente um grande número de condenações em
tribunal, mas a esmagadora maioria acaba suspensa, dado que, na sua opinião, "a
tendência tem sido para excessiva tolerância e condescendência" perante os
crimes rodoviários.
Manuel João Ramos não resiste a fazer a comparação com outros países da Europa:
enquanto que em Portugal um crime rodoviário nunca é penalizado com uma pena
superior a três anos, em França pode chegar aos dez e no Reino Unido por vezes
atinge 15.
A Brigada de Trânsito (BT) da GNR, entidade que fiscaliza o maior número de
condutores, enquanto força policial escusa pronunciar- se sobre as decisões do
tribunais. O que o responsável do gabinete de relações públicas da BT, capitão
Rodrigues Maia, acentua é que "a prisão efectiva de condutores pode levar as
pessoas a pensar duas vezes" antes de conduzirem depois de terem consumido
álcool em excesso.
Só que, refere o oficial, a lei permite substituir a prisão efectiva por multas
na primeira infracção por alcoolemia. Daqui se pode deduzir, atendendo também
aos casos de José e Nuno, os tribunais só condenam ao cárcere os reincidentes.

|