O Governo anunciou que vai levar esta semana a
Conselho de Ministros o diploma que regula os
casamentos entre homossexuais.
Desde que tomou posse, o executivo tem esta como uma
das primeiras prioridades da legislatura. Porquê?
Não porque haja gente a passar necessidades à espera
da lei. Não porque haja um grande movimento na
sociedade a pedir legislação. Simplesmente porque ao
Governo não lhe convém muita discussão em torno do
tema.
Sócrates acredita que a política do facto consumado
é a mais eficaz. Para o Primeiro-ministro, tem muito
pouco interesse o debate público ou sequer ouvir
opiniões de quem, com mais experiência no terreno,
tenha achegas a dar àquilo que o poder socialista
decidiu, unilateralmente, que é o mais moderno para
o país.
Se outros motivos não houvesse, bastaria ao Governo
fazer o balanço de um ano de vigência da sua moderna
lei do divórcio para perceber que falhou em toda a
linha.
Os tribunais estão como nunca atulhados de processos
de casais desavindos e aumentaram os divórcios
litigiosos.
Há um ano, foram muitos os que pediram mais bom
senso nesta legislação. Agora, são milhares a pedir
mais debate na sociedade sobre a forma de regular as
uniões entre homossexuais.
Com ou sem referendo, a verdade é que o mais
elementar bom senso aconselharia maior prudência.
Mas o Governo, com esta forma de proceder, mostra
estar manifestamente de má fé. O pior é que quem
paga as aventuras de modernidade do senhor Sócrates
somos sempre nós, os que também pagamos cada vez
mais impostos.