Pedidos de auxílio das famílias à AMI subiram 20
% em 2008
Apelo. Portugueses têm de se mobilizar e não esperar
que o Estado resolva o problema
Os utentes que acorrem aos centros da AMI já não são
os tradicionais. Alguns entram com um saco de roupa
pela mão, como se fossem dar em vez de pedir,
envergonhados da sua nova condição. Para ajudar
estas pessoas, que se escondem por detrás de uma
aparente normalidade, o país tem de se mobilizar,
alerta Fernando Nobre. Para o presidente da AMI,
chegou a altura de os portugueses não ficarem à
espera de que o Estado resolva as carências da
população. "Temos de deixar de sacudir a água do
capote e passar a estar atentos ao vizinho do lado,
que pode estar a passar necessidades e não tem
coragem de o admitir", afirmou ao DN. "Tem de ser
uma causa nacional porque se trata já de uma questão
de dignidade", acrescenta.
Este ano, as solicitações cresceram 20% junto da AMI.
E apesar de estar a fazer enormes esforços para
tentar acudir a todas as situações, a organização
reconhece que não pode escancarar as portas, pois os
donativos que chegam também são cada vez mais
escassos. Fernando Nobre alerta para o pior, que
ainda está para vir. "Acredito que haja mais
Madoff's e que muitas bombas como esta ainda estão
por explodir."