Diário de Notícias - 26 Dez 08

 

Pedidos de auxílio das famílias à AMI subiram 20 % em 2008

 

Apelo. Portugueses têm de se mobilizar e não esperar que o Estado resolva o problema

 

Os utentes que acorrem aos centros da AMI já não são os tradicionais. Alguns entram com um saco de roupa pela mão, como se fossem dar em vez de pedir, envergonhados da sua nova condição. Para ajudar estas pessoas, que se escondem por detrás de uma aparente normalidade, o país tem de se mobilizar, alerta Fernando Nobre. Para o presidente da AMI, chegou a altura de os portugueses não ficarem à espera de que o Estado resolva as carências da população. "Temos de deixar de sacudir a água do capote e passar a estar atentos ao vizinho do lado, que pode estar a passar necessidades e não tem coragem de o admitir", afirmou ao DN. "Tem de ser uma causa nacional porque se trata já de uma questão de dignidade", acrescenta.

 

Este ano, as solicitações cresceram 20% junto da AMI. E apesar de estar a fazer enormes esforços para tentar acudir a todas as situações, a organização reconhece que não pode escancarar as portas, pois os donativos que chegam também são cada vez mais escassos. Fernando Nobre alerta para o pior, que ainda está para vir. "Acredito que haja mais Madoff's e que muitas bombas como esta ainda estão por explodir."