Próximo ano será "trágico" e "terrível" para a
economia mundial Jornal de Negócios com Lusa
O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa
(CIP), Francisco Van Zeller, considerou hoje que
2009 será ano trágico e de consequências terríveis
para a economia, sendo necessário dar maior atenção
à área social e ao desemprego.
"Isto está mau, está muito mau, não só em Portugal
mas na Europa e no mundo inteiro. 2009 vai ser um
ano trágico, histórico e com consequências
terríveis", disse Van Zeller à margem da iniciativa
"Missão Exportar 2008", que decorre no centro de
Congressos em Lisboa.
Para o presidente da CIP, na actual conjuntura a
maior atenção deverá incidir no próximo ano sobre os
apoios sociais e no desemprego. No entanto, notou o
responsável, a crise não vai durar para sempre.
"É preciso continuar todas as visitas e promoções e
divulgação das empresas porque a crise não vai durar
toda a vida", acrescentou, referindo que "o esforço
de exportação é vital e tem de continuar, mesmo sem
resultados imediatos".
"Se não semearmos agora e fizermos agora um grande
esforço de preparação para o fim da crise, os outros
vão avançar e nós ficamos para trás", disse Van
Zeller.
O mesmo responsável disse que os sectores
exportadores são os que mais necessitam de apoio,
exemplificando os têxteis e os automóveis que,
lembrou, exportam de 80 a 90 por cento da sua
produção.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade
de recessão em Portugal até ao final do ano, Van
Zeller diz ter obtido do Governo "a garantia de que
no último trimestre do ano Portugal não vai entrar
em recessão".
Esta declaração contrasta com as previsões do
governador do Banco de Portugal, que esta semana
admitiu que Portugal deverá chegar ao final do ano
em recessão técnica, com os últimos dois trimestres
do ano a registarem quebras no Produto Interno Bruto
(PIB).
Também o presidente da Associação Industrial
Portuguesa, Jorge Rocha de Matos, defendeu que o
próximo ano vai ser de "grande dificuldade", tendo
em conta que os principais mercados exportadores de
Portugal estão neste momento em fase de recessão.