Os radicais islâmicos estão definitivamente a ganhar a
guerra. A das ideias, das convicções, dos valores e das mentalidades.
No dia em que o ‘n.º 2’ da al-Qaeda, al-Zawarhi,
renovou ameaças ao Ocidente, o Papa Bento XVI viu-se obrigado a vir
a público pedir contenção na histeria generalizada contra os
símbolos natalícios. O primeiro equívoco de quem adopta este tipo de
medidas é, desde logo, dar mais importância aos muçulmanos radicais
do que aos civilizados, porque estes últimos nunca viram na
comercialização de presépios ou no nome Natal um problema. O segundo
passa por não perceberem que vetar o presépio ou chamar ao Natal
‘Festa de Inverno’ são medidas ridículas, que só podem conter a
fúria dos radicais mais tontos. Porque para os exigentes, como Bin
Laden ou al-Zawarhi, isso de nada vale enquanto as mulheres tiverem
direitos e não andarem todas de cara tapada, a Bíblia não seja
substituída pelo Corão e a vida dos descrentes em Alá tenha algum
valor.
Esta onda de respeito e preconceito preventivo que lavra na Europa
contra símbolos da sua própria existência, não fosse tão perigosa e
seria anedótica. É como fazer amor com uma viúva e usar um
preservativo preto (cúmulo do respeito), ou um homem não dormir com
a mulher por esta ser da família (cúmulo do preconceito). O cúmulo
do ridículo está a ver-se qual é: alguém achar que resolve um dos
mais graves problemas do Planeta não vendendo presépios e mudando o
nome ao Natal.