Diário de Notícias - 04
Dez 06
Técnico de saúde
acompanha alimentação em cada escola
Céu Neves
As escolas portuguesas vão ter um técnico de saúde a
supervisionar os alimentos servidos em bares e nas
máquinas automáticas. Este técnico sanitário será
nomeado pelo centro de saúde da área de cada
agrupamento escolar e terá como função acompanhar a
implementação das novas regras sobre a alimentação
nas escolas, ao abrigo de um protocolo assinado
entre o ministério da Educação e o ministério da
Saúde.
Depois de muito se falar sobre a qualidade da comida
servida nas escolas portuguesas, o Ministério da
Educação avançou com um documento que define as
regras de uma alimentação saudável. Contudo, prefere
fazer recomendações em vez de regulamentar quais os
produtos que passam a ser proibidos ou a composição
exacta das refeições. As direcções regionais esperam
o aval da ministra para fazer circular as novas
orientações.
Entre as recomendações para os géneros alimentares,
sólidos e líquidos, em meio escolar, o documento
define os valores máximos energéticos por cada
produto alimentar (250 Kcal), a quantidade de açúcar
(35% do peso e não mais de 15 gramas), de gorduras
(30/35% do peso e não mais de sete gramas) e de
sódio (360 miligramas).
São também indicadas as porções de cada dose, sendo
que as conservas devem estar em embalagens de vidro.
É também elaborada uma lista de alimentos saudáveis
e de outros a evitar mas em nenhum momento é
proibida a venda de determinados produtos,
optando-se por expressões como "devem", "géneros
alimentícios a limitar" ou a "não disponibilizar".
"A tendência é interferir cada vez menos nas
escolas. Damos orientações, mas os conselhos
executivos têm autonomia para gerir os recursos",
explicou ao DN fonte do ministério da Educação. Este
é o primeiro passo para a introdução de produtos de
bufetes escolares mais saudáveis, já que não está
excluída a hipótese de existirem medidas mais
restritivas se não se alterar a actual situação.
Será elaborado posteriormente um outro guia para os
refeitórios.
Por enquanto, os conselhos executivos desconhecem as
alterações. O documento está disponível no site
do ministério (na Direcção-Geral de Inovação e de
Desenvolvimento Curricular), mas as direcções
regionais da Educação esperam o aval da ministra
Maria de Lurdes Rodrigues para o fazerem circular
pelos estabelecimentos de ensino dos 2.º e 3.º
ciclos e secundário.
Intitulado "Educação alimentar em meio escolar,
referencial para uma oferta alimentar saudável",
este é o primeiro de uma série de documentos para
promover hábitos e comportamentos mais saudáveis no
meio escolar.