Diário de Notícias - 26 Dez 03

Durão garante que o «pior já passou»

Durão Barroso voltou ao discurso optimista, a condizer com a quadra natalícia. Depois de um ano de 2003 «muito difícil», o primeiro-ministro diz identificar já «alguns sinais positivos». Com a economia europeia a dar sinais de crescimento, Durão Barroso garante que «também em Portugal, o pior já passou».

Na tradicional mensagem de Natal ao País, emitida na noite de ontem na RTP1, o chefe do Executivo manifestou-se convicto que 2004 será «um ano de recuperação» para a economia portuguesa. Há «sinais de confiança e de esperança» que apontam nesse sentido, salientou. Apesar disso, deixou também um sinal de cautela no discurso, ao advertir que a retoma será «lenta e gradual», pelo que o próximo ano será ainda marcado por algumas dificuldades. Uma circunstância que não impede uma certeza do primeiro-ministro: «Estamos no caminho certo. Não tenho dúvidas de que, com muito esforço e dedicação, vamos vencer os desafios que temos pela frente.»

A favor desta convicção, Durão Barroso garantiu que o País está a caminho de uma recuperação «sólida e segura». Condição essencial, defendeu, para combater alguns dos problemas que mais afectam os portugueses. Para o primeiro-ministro só com crescimento económico se poderá «melhorar o poder de compra de cada família» - palavras que não deverão ser esquecidas, quando já se anuncia a subida das taxas de juro para o próximo ano -, mas também «aumentar mais as pensões de reforma» e prestar um melhor apoio às pessoas com deficiência.

Sobretudo, a retoma será essencial para combater o que Durão Barroso diz ser o «drama» que, pessoalmente, mais o preocupa: o desemprego. Criar novos postos de trabalho e gerar mais empregos para todos foram desejos que o primeiro-ministro deixou expressos na mensagem de Natal. Com um destinatário particular - os jovens que iniciam a vida laboral.

As novas gerações mereceram, aliás, uma referência especial. Para o chefe do Executivo, são «já hoje, a garantia do Portugal moderno que ambicionamos. Eles mostram-nos bem como podemos vencer os desafios do novo ano. Sem complexos perante o estrangeiro, correndo riscos, acreditando que somos tão bons como os outros».

Pelo discurso do primeiro-ministro passou também a situação no Iraque, e a presença de militares portugueses no território. Uma «missão de alto risco» para «servir um projecto de paz que honra o nome de Portugal», destacou Durão Barroso. Para acrescentar, dirigindo-se aos voluntário da GNR: «Quero dizer-lhes que todos nos orgulhamos do seu trabalho. Sabem que contam com o nosso apoio e solidariedade».

Durão Barroso deixou ainda uma palavra às comunidades portuguesas no estrangeiro, terminando a mensagem de Natal com o desejo de paz, harmonia e saúde «a toda a Família Portuguesa».

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