Mais mensalidade de cem euros até aos dez anos Vila Real: Lamas de Olo dá mil euros a novos
bebés nascidos na localidade
Os bebés que nasçam em Lamas de Olo, Vila Real, têm
direito a um apoio financeiro de mil euros e a uma
mensalidade de cem euros até aos 10 anos, numa
iniciativa hoje anunciada que visa contribuir para o
aumento da natalidade.
O apoio financeiro à natalidade, uma iniciativa já
implementada por algumas freguesias de
Trás-os-Montes e Alto Douro, procura criar
incentivos para o aumento da população, cada vez
mais envelhecida.
A Junta de Freguesia de Lamas de Olo disponibiliza,
a partir deste ano, um apoio financeiro de mil euros
a todos os bebés que nasçam na localidade.
Segundo o presidente da autarquia, Domingos
Fernandes, será ainda atribuído um subsídio mensal
de 100 euros às crianças até que façam os 10 anos,
para ajudar as famílias com a alimentação das
crianças.
Segundo o autarca o objectivo é estimular a fixação
das pessoas na freguesia e contribuir para o aumento
desta aldeia - tal como muitas outras em
Trás-os-Montes e Alto Douro - muito afectada pela
emigração e pelo abandono das actividades agrícolas.
Lamas de Olo, freguesia localizada em pleno Parque
Natural do Alvão, possui apenas dez jovens, até aos
doze anos, e uma população que ronda as 250 pessoas.
Domingos Fernandes referiu que já foram contempladas
com este apoio duas crianças que nasceram este ano
na localidade.
No distrito de Vila Real, a Câmara de Murça atribuiu
um apoio financeiro de 750 euros às crianças que
nasçam no concelho, uma medida que foi implementada
depois de, em 2002, ter instituído um subsídio de
dois mil euros dirigido aos casais que se casam e
ali se fixem.
Em 2007, também as juntas de freguesia de Arroios,
concelho de Vila Real, e Provezende, concelho de
Sabrosa, anunciaram um apoio financeiro de 250 euros
aos bebés lá nascidos.
A Câmara de Vimioso, no distrito de Bragança, foi a
primeira em Portugal a anunciar um apoio financeiro
de 500 euros aos bebés que nasçam no concelho.
Na Alemanha o apoio a cada nascimento pode chegar
aos 25 mil euros.
A região do Alto Douro apresenta indicadores de
fraco desenvolvimento económico - com uma população
a empobrecer - expressos num poder de compra
inferior ao da região Norte, e próximos dos 55 por
cento do todo nacional, havendo mesmo concelhos em
que não chegam a atingir os 40 por cento.
Desde a década de 60, a região do Alto Douro sofreu
uma evolução demográfica negativa, sendo que, na
década de 90, a perda populacional foi da ordem dos
nove por cento.
Em 25 anos, o território perdeu 125 mil habitantes.
Lusa