Fórum da Família - 9 Ago 04
Uma morte digna e humana
Um médico, professor numa prestigiada faculdade de Medicina,
dirige-se aos seus alunos. Fala-lhes da necessidade de manter a
mente aberta e de rever velhos clichés que a passagem do
tempo ameaça declarar obsoletos. Fala-lhes, em suma, da necessidade
de a humanidade e, em concreto, a profissão médica, começem a
aceitar a ideia de uma morte digna e, mais do que isso, libertadora,
em alguns casos limite.
Para convencer o seu auditório, o médico cita-lhes um caso real, de
um dos seus pacientes, precisamente aquele que o fez repensar as
suas opiniões sobre a eutanásia:
-
Reparem, o meu doente não funciona por si próprio: não fala, não
entende nada do que lhe dizem, sofre terríveis depressões, acessos
incontroláveis de choro, que às vezes duram minutos ou até horas,
com grandes espasmos de dor. Incontinente do aparelho urinário e dos
intestinos, precisa que lhe mudem continuamente a roupa. A sua
digestão é problemática e é rara a vez que não termina em vómitos.
Sinceramente, isto é vida? Não seria melhor libertar o meu doente do
seu horror e a sua família do sofrimento de estar pendente de uma
pessoa assim, com a qual é impossível conviver?
O
professor submeteu a sua proposta à votação e a maioria dos alunos
presentes, após se referirem à eutanásia activa, passiva e esboçarem
uma série de considerações, decretaram que sim, que o mais humano
era libertá-lo do seu horror.
O
professor, então, empenhou-se em mostrar uma fotografia do paciente.
Introduziu um diapositivo na máquina e todos os presentes puderam
contemplar, no quadro de projecção, um bebé de seis meses,
rechunchudo e saudável.
No, não é brincadeira. Isto aconteceu numa aula da Faculdade de
Medicina da Universidade de Navarra, quando muitos alunos já se
tinham decidido pela tese humanista: libertar a criatura dos
seus sofrimentos e dores.
O
evento foi traduzido em imagens pelo jornalista Pablo Caruso, na
cadeia de televisão da Madre Angélica, EWTN, no programa “Pode-se”,
recebido por cabo ou na internet (www.ewtn.com).
No fim, Caruso explicava que tudo na vida depende do amor que se põe
nas coisas e que a pessoa nunca se pode considerar, nem no início,
nem no fim da vida, como um empecilho ou alguém incapaz de produzir
e de colaborar.
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