Correio da Manhã - 2 Ago 04
A SAÚDE ESTÁ NO LEITE DA MÃE
Infância: milhares de crianças podiam ser salvas se fossem
amamentadas
Por dia, cerca de 3500 mortes de crianças com menos de um ano podiam
ser evitadas através do simples hábito da amamentação. Quem o afirma
é a UNICEF, que aproveita a Semana do Aleitamento Materno, que teve
início ontem, para chamar a atenção para a importância de uma
prática que pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
Radu Sigheti/Reuters
O aleitamento reforça os laços entre a mãe e o recém-nascido
Diarreia, pneumonia, sarampo ou malária são doenças que tiram a vida
a 10 milhões de crianças todos os anos e que podiam ser combatidas
com os nutrientes, anticorpos, hormonas, factores imunitários e
antioxidantes únicos que se encontram no leite materno. De acordo
com dados da organização da ONU que apoia as crianças, um bebé que
nos primeiros dois meses de vida não seja alimentado ao peito tem 25
vezes mais probabilidade de morrer de diarreia e quatro vezes mais
de ser vitimado por pneumonia.
Obesidade, problemas gastrointestinais ou doenças cardíacas são
outros problemas que podem surgir mais tarde, mas que resultam da
mesma carência.
Carol Bellamy, directora executiva da UNICEF, refere que "o
aleitamento é o acto mais natural entre a mãe e o recém-nascido. Não
tem sido devidamente apoiado e é a fórmula para uma boa saúde e
desenvolvimento de milhões de crianças". E reforça a necessidade de
amamentar em exclusivo os bebés até aos seis meses, dando às mães o
apoio necessário em termos de assistência dos governos nacionais,
das comunidades e das famílias.
FACTOS E NÚMEROS
ALEITAMENTO
Em todo o Mundo, apenas 39 por cento dos bebés são amamentados em
exclusividade durante os primeiros seis meses de vida.
NÚMEROS A SUBIR
Apesar de tudo, as taxas de aleitamento materno têm aumentado nas
duas últimas décadas, com uma subida de 48 por cento em algumas
regiões.
É PRECISO MAIS
Mas o aleitamento até aos dois anos, com alimentação suplementar
adequada, é uma meta que é preciso atingir.
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