Monovolumes pagam mais entre 500 e 3.000 euros
com novo imposto
A nova legislação fiscal para os
veículos vai implicar aumentos entre 500 e 3.000
euros nos impostos pagos pelos compradores de mo
novolumes, indicam dados da Associação do Comércio
Automóvel de Portugal (ACAP) , hoje apresentados no
Parlamento.
Numa audição na Comissão
Parlamentar de Orçamento e Finanças, a propósito d
os novos impostos sobre os veículos, os dirigentes
da ACAP criticaram o agravamento, sublinhando que a
maior fábrica automóvel em Portugal, a Autoeuropa,
produz este tipo de veículos, segundo a agência
Lusa.
No que diz respeito aos
monovolumes produzidos na Autoeuropa, os dados apre
sentados pela ACAP apontam para aumentos de 1.084
euros no Volkswagens Sharan 2 .0 TDI e de 1.018
euros no Seat Alhambra 1.9 TDI.
Fernando Monteiro,
vice-presidente da ACAP, afirmou perante os
deputados que "a aplicação prática desta proposta
apresenta situações anómalas que importa corrigir",
citando o caso dos monovolumes, dos derivados de
passageiros e dos furgões comerciais de passageiros,
um segmento que "pode mesmo desaparecer" com a
proposta do governo.
É que no caso dos furgões
comerciais de passageiros de nove lugares,
utilizados por empresas, nomeadamente para
actividades de turismo, o imposto pago na matrícula
aumenta entre 2.360 e mais de 5.100 euros, conforme
os modelos, observou citado pela Lusa.
O secretário-geral da ACAP
sublinhou que, a manter-se a proposta, as vendas
daqueles veículos em Portugal poderão cair até 50%,
com a agravante de haver montagem industrial deste
tipo de veículos ligeiros em Portugal e de as
empresas que os compram nem poderem deduzir o IVA
por serem ligeiros de passageiros.
Relativamente aos derivados,
Hélder Pedro indicou que 70% das vendas são para
empresas e 30% para particulares e sugeriu que o
imposto ficasse inalterado nas vendas profissionais
e apenas tivesse o aumento previsto na proposta
(para 60% do IA normal) nas vendas a particulares.
Quanto aos usados importados, que
já representam 22% dos veículos vendidos em
Portugal, Hélder Pedro criticou a introdução de um
novo escalão que permite reduções de imposto para
veículos a partir dos seis meses (actualmente um
ano) e propôs que as reduções incidam apenas sobre a
componente cilindrada e não sobre a de CO2, uma vez
que os veículos velhos são mais poluentes.
Mário Martins da Silva,
vice-presidente do ACP (Automóvel Clube de Portugal
), considerou que seria mais justo o imposto de
matrícula incidir sobre o valor de venda e
considerou que a carga fiscal pesada incentiva a
importação de veíc ulos usados, com prejuízo para a
segurança rodoviária e para o ambiente.